Vamos rebater os argumentos e opiniões estapafúrdias sobre o BITCOIN veiculadas no vídeo intitulado "Bitcoin é a maior MENTIRA DO SÉCULO 21 e eu vou te provar! A VERDADE que não querem que você saiba!"
Após assistir perplexo o vídeo que pretendia falar a verdade que não querem que saibamos, qualificando o BITCOIN como a maior mentira deste século, uma youtuber famosa passou a adjetivar o Bitcoin e relacioná-lo de forma pejorativa com inúmeras afirmações que tentaremos desconstruir nos parágrafos a seguir.
Uma das afirmações, a youtuber disse: “O bitcoin é a maior mentira do século XXI”, no entanto, o equívoco da premissa é dizer que o bitcoin é uma “mentira”. Afinal, ele é uma tecnologia baseada em código aberto, cuja operação é totalmente transparente e verificável por qualquer pessoa. A afirmação é baseada em uma interpretação emocional e não técnica da tecnologia, que ainda oferece um sistema descentralizado que elimina intermediários e devolve às pessoas o controle sobre seus ativos financeiros, algo inédito na história monetária. A seguir ela diz: “o bitcoin é um esquema fraudulento criado em 2008”. A famosinha não traz nenhuma evidência ou indícios de que a moeda seja fraudulenta. A criação de Satoshi opera sobre a tecnologia blockchain, a qual é segura e imutável devido à sua natureza distribuída e criptografada. Trazendo consigo um grande impacto positivo, pois desde 2009, o bitcoin tem oferecido alternativas aos sistemas bancários tradicionais, permitindo transações globais rápidas e baratas, especialmente para populações desbancarizadas.
Em surto a YouTuber segue com mais uma afirmação: “o Bitcoin é uma mania psicótica”. Obviamente, é uma falsa generalização, pois o uso da tecnologia não pode ser reduzido a uma “mania”. Ela é amplamente utilizada como reserva de valor e como meio de troca em muitas sociedades. Fornecendo estabilidade em crises, como em países com hiperinflação, o bitcoin tem sido uma alternativa confiável e estável. A youtuber segue equivocando-se quando afirma que o bitcoin processa apenas 7 transações por segundo. Por óbvio, embora a rede em sua camada mais básica tenha certos limites, tecnologias como a Lightning Network permitem escalabilidade com milhares de transações por segundo a custos próximos de zero. Ao fazer essa comparação injusta ao comparar a blockchain do bitcoin com redes como Mastercard ignora que o bitcoin é um sistema descentralizado, enquanto empresas centralizadas têm maior capacidade técnica por dependerem de controle exclusivo. Ocorre também um grande erro ao comparar transações de compra e venda, com aquelas que são definitivas, que no arranjo fiduciário atual demora semanas ou meses para serem concluídas.
Por completo desconhecimento alega que o bitcoin é inútil porque não é usado para comprar coisas. Seu erro cai na ignorância desta moeda ser amplamente aceita por milhares de comerciantes, plataformas de e-commerce e serviços ao redor do mundo. Empresas como Microsoft, Overstock e Tesla já aceitam bitcoin como pagamento, além do fato de que em El Salvador é utilizada no dia a dia de seus cidadãos. Tendo um amplo uso alternativo além de compras, o bitcoin é utilizado como proteção contra inflação, transferência internacional de valores e remessas para famílias em países com economias instáveis. Mas a famosinha insiste que o sistema bitcoin é falho e mal feito, ignorando que a tecnologia é projetada para ser descentralizada, segura e resistente à censura. Essa falha apontada é, na verdade, uma característica essencial para evitar manipulação governamental e corrupção. E está em evolução constante com melhorias propostas pela comunidade global de desenvolvedores.
Outra alegação ridícula é os bitcoins serem comprados em instituições fiscalizadas pelo governo. Sim, existe a compra de bitcoins em corretoras reguladas, mas esta é apenas uma das opções. Usuários podem negociar diretamente entre si, pelo famoso P2P, ou minerar seus próprios bitcoins sem intermediários. O fato de governos fiscalizarem as corretoras, reflete uma tentativa de integrar a tecnologia ao sistema existente, não uma contradição do propósito original da moeda. A youtuber então segue para a associação do bitcoin a um esquema de Pirâmide, argumentando que novos investidores remuneram os antigos, ignorando completamente a natureza descentralizada e transparente da rede. Um esquema Ponzi exige um operador central que manipula os fundos. No bitcoin, não existe autoridade central controlando ou redistribuindo o dinheiro. Essa moeda virtual é um ativo descentralizado, com cada transação registrada publicamente na blockchain. Todos os participantes podem verificar a legitimidade das operações. A valorização do bitcoin se dá pela oferta limitada de 21 milhões de unidades e pela crescente demanda, não por redistribuição de fundos. Até porque o bitcoin não possui rendimentos, como aluguéis ou ações.
A apresentadora sugere que o desaparecimento de Satoshi Nakamoto prejudica a legitimidade da sua criação. O desaparecimento de Satoshi foi intencional para reforçar o caráter descentralizado do Bitcoin. Não há uma figura central controlando ou influenciando o projeto. A tecnologia é mantida por uma comunidade global de desenvolvedores, mineradores, usuários da rede e aqueles que rodam seu próprio node. Sua robustez independe de seu criador. Ela ainda persiste dizendo que bitcoin não é dinheiro real nem moeda, pois as pessoas o tratam como investimento, não como meio de troca. O bitcoin é uma moeda digital e, como tal, cumpre as três funções principais do dinheiro: reserva de valor, meio de troca e unidade de conta, especialmente em países com sistemas financeiros instáveis.
Passa então para a comparação com NFTs e CriptoKitties. Comparar o bitcoin a esses projetos desconsidera sua essência tecnológica e filosófica. O bitcoin é a primeira e mais consolidada criptomoeda, com um histórico comprovado de segurança e funcionalidade desde 2009. As NFTs são aplicações específicas da tecnologia blockchain, mas não possuem os mesmos fundamentos econômicos ou propósito. Não contente, a famosinha afirma que o bitcoin é um culto, usando termos como hipnose ou seita para descrever a comunidade. Seus membros são compostos por pessoas de diversas áreas, incluindo economistas, programadores e investidores, que reconhecem o valor tecnológico e econômico da criptomoeda. A paixão pela tecnologia surge de sua capacidade de oferecer uma alternativa ao sistema financeiro atual, que muitas vezes é inflacionário e manipulável por governos. Além disso, a youtuber afirma que os governos querem centralizar porque está errado. A ideia de que os governos querem regulamentar o Bitcoin porque ele está errado ignora os seus verdadeiros motivos. Os governos veem a moeda como uma ameaça ao monopólio que possuem sobre a criação de dinheiro e controle financeiro. O bitcoin é uma ferramenta de liberdade financeira, especialmente em países com alta inflação e controle estatal excessivo.
Podemos também citar inúmeros pontos positivos ignorados no vídeo da famosinha, dentre eles a privacidade e liberdade, pois a criação de Satoshi permite que transações sejam realizadas sem a necessidade de bancos ou governos, protegendo usuários de regimes opressores. Seu código define uma inflação que tende a zero, diferentemente de moedas fiduciárias cuja emissão desenfreada leva à inflação. Além disso, temos a inclusão financeira, ao democratizar o acesso a um sistema financeiro global para pessoas sem contas bancárias ou acesso a sistemas tradicionais. Por fim, temos a imutabilidade e segurança, considerando que a blockchain do bitcoin é praticamente impossível de ser hackeada ou manipulada, algo inatingível por sistemas tradicionais. Isso impede que detratores do governo possam ter seu patrimônio espoliado apenas por terem opiniões divergentes daqueles que estão no poder.
Ante todo supracitado concluímos que o vídeo apresenta argumentos baseados em desinformação, desconhecimento técnico sobre o bitcoin e emoção de raiva e ódio. Em vez de uma análise embasada, há uma abordagem emotiva e sensacionalista. O bitcoin é uma revolução que desafia o status quo financeiro, oferecendo uma alternativa resiliente, transparente e justa para um mundo cada vez mais digitalizado. Para além de superficiais, os argumentos e alegações são baseados em desinformação e falta de compreensão do propósito e do impacto do Bitcoin. Enquanto o sistema financeiro tradicional é frequentemente criticado por falta de transparência e concentração de poder, a moedinha laranja oferece uma alternativa inovadora, transparente e democrática. Aceitar ou rejeitar o Bitcoin é uma escolha pessoal, mas fazer isso com base em informações erradas apenas limita o entendimento de uma das maiores inovações financeiras do século. Como diria Ayn Rand, você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade. Como diriam os bitcoinheiros: Have Fun Staying Poor, ou no bom e velho português: se divirta ficando pobre.
Livros e Publicações Acadêmicas
1. Antonopoulos, Andreas M.
Livro: Mastering Bitcoin: Unlocking Digital Cryptocurrencies
Descrição: Um guia técnico e filosófico que explica como o Bitcoin funciona e por que ele é revolucionário.
2. Nakamoto, Satoshi.
Artigo: Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System
Disponível em: bitcoin.org
Descrição: O whitepaper original que detalha os fundamentos do Bitcoin e do blockchain.
3. Tapscott, Don, e Alex Tapscott.
Livro: Blockchain Revolution: How the Technology Behind Bitcoin is Changing Money, Business, and the World
Descrição: Explora o impacto do blockchain em várias indústrias, incluindo o setor financeiro.
Artigos e Estudos
4. Brito, Jerry, e Andrea Castillo.
Artigo: Bitcoin: A Primer for Policymakers
Disponível em: Mercatus Center
Descrição: Um estudo sobre o impacto do Bitcoin na economia e na regulamentação governamental.
5. Deutsche Bank Research.
Relatório: The Future of Payments: Part III. Digital Currencies: The Ultimate Hard Power Tool
Descrição: Analisa como o Bitcoin e outras criptomoedas estão remodelando os sistemas monetários globais.
6. CoinGecko Annual Report
Relatórios anuais sobre o mercado de criptomoedas.
Disponível em: CoinGecko
Websites e Blogs Relevantes
7. CoinDesk
Website: coindesk.com
Descrição: Fonte de notícias confiável sobre criptomoedas e blockchain.
8. Bitcoin.org
Website oficial do Bitcoin: bitcoin.org
Descrição: Recursos e documentação técnica sobre o Bitcoin.
9. CryptoCompare
Website: cryptocompare.com
Descrição: Fornece dados comparativos e análise do mercado de criptomoedas.
Estudos de Caso e Exemplos Práticos
10. Tesla Inc.
Anúncio de aceitação de Bitcoin (2021) e impacto no mercado.
11. El Salvador
Adotou o Bitcoin como moeda oficial em 2021. Estudos sobre o impacto dessa decisão podem ser encontrados em relatórios do Banco Mundial e FMI.
12. Lightning Network
Artigos sobre como essa solução melhora a escalabilidade do Bitcoin, disponíveis em lightning.network.
Essas fontes ajudam a fortalecer os argumentos ao apresentar dados, análises e o contexto técnico e econômico do Bitcoin.