Profissionais estão menos inclinados a sacrificar seu tempo livre para o trabalho, e a nova geração está surgindo para consolidar essa tendência. Como evitar a iminente lacuna de líderes?
Antes de explorarmos as diferenças entre a geração X e a geração Z, vamos explicar um pouco o que são as gerações e por que elas são classificadas dessa maneira. As gerações são categorias demográficas que ajudam a caracterizar os grupos de pessoas com base em eventos históricos, avanços tecnológicos, mudanças sociais e culturais que ocorreram durante o período em que essas pessoas nasceram e cresceram. Portanto, temos as seguintes classificações de gerações: a Geração Silenciosa, que nasceu entre 1928 e 1945, crescendo durante eventos como a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. A segunda categoria são os Baby Boomers, nascidos de 1946 a 1964, período pós-Guerra. A Geração X, à qual este autor pertence, nascidos entre 1965 e 1980, que cresceram durante o auge da Guerra Fria, com os avanços tecnológicos e mudanças nos padrões familiares. Também é conhecida por ser a primeira geração da revolução digital.
Já a quarta categoria, a Geração Y, ou Millennials, nascidos entre 1981 e 1996, cresceu com o surgimento da tecnologia digital, internet e mudanças na economia global. São conhecidos por serem os primeiros a adotar amplamente a tecnologia em suas vidas, sendo a "galerinha da internet discada". Temos também a Geração Z, nascidos 1997 até 2010, que já nasceu e cresceu em um ambiente que foi ficando cada vez mais digital, com o avanço dos smartphones, computadores e redes sociais, sendo considerados nativos digitais. E a mais recente geração é a Alpha. Essa nova geração é composta pelo grupo demográfico subsequente à Geração Z, e seus integrantes são aqueles nascidos a partir do início da década de 2010 até meados da década de 2020. Essa geração ainda está em sua infância e é caracterizada por crescer em um mundo profundamente conectado e tecnológico.
Em um estudo realizado nos Estados Unidos em agosto de 2023, com uma média de 1000 funcionários em tempo integral, perguntou-se quais eram as principais ambições dentro e fora do local de trabalho. A geração Z, mais do que todas as gerações anteriores, respondeu que valoriza experiências significativas, flexibilidade e um ambiente de trabalho que promova o bem-estar de seus funcionários. De acordo com os entrevistados, assumir cargos de liderança muitas vezes é associado a uma carga de trabalho intensa e compromissos intensos, o que pode parecer incompatível com a busca por qualidade de vida, afirma a pesquisadora Luciana Carvalho. No entanto, a pesquisadora reforçou que isso não significa que a geração Z não goste de trabalhar.
Ao longo da reportagem feita pela Revista Exame, fica evidente que os líderes do futuro não virão da geração Z. E conforme a Great People in Great Place to Work, os desafios sempre acontecem com as gerações que estão entrando no mercado de trabalho.
Até a pandemia, a maioria das empresas contava com várias gerações atuando dentro delas, ou seja, teriam as gerações X, Y, baby boomers e a geração Z. Porém, com os fechamentos de empresas, muitos funcionários que exerciam cargos de gerência, da geração X e que ainda não se aposentaram, estão sendo demitidos.
E então entramos num cenário no qual as pessoas não têm idade para se aposentar e, ao mesmo tempo, mais que o suficiente para achar um emprego que pague tão bem quanto o antigo. Aí entra o grande conflito dessas duas gerações, porque temos uma geração que está sendo demitida e voltando para o mercado de trabalho, e o mercado não vai conseguir absorver devido a diversos fatores como a economia estagnada e a alta da inflação. Além disso, em contrapartida, temos a geração Z, que é uma geração completamente inexperiente, imatura, cheia de fragilidades, e que deveria aprender com a geração X.
Então vem a pergunta: o que será do mercado de trabalho se temos líderes sendo demitidos antes do tempo e uma geração que não está preparada e não tem a experiência desses líderes demitidos? É como vemos nas Big Techs nos Estados Unidos, que têm muitas empresas demitindo pessoas mais antigas. E aí fica a grande questão: aonde vamos parar diante desse gap entre as duas gerações?
Bem, como nada no mundo é novo e tudo é apenas uma repetição das mesmas sombras, para citar a metáfora da caverna de Platão, esse momento já aconteceu na história. Quando? Durante a transição entre a Geração Silenciosa e os Baby Boomers, especialmente nas décadas de 1960 e 1970.
Durante esse período, os Baby Boomers, nascidos no pós-guerra, começaram a entrar no mercado de trabalho e desafiaram muitas das tradições estabelecidas pela Geração Silenciosa. Houve muitos conflitos culturais, políticos e sociais entre essas duas gerações. Os Baby Boomers eram frequentemente associados a movimentos de contracultura, protestos sociais, mudanças nas normas sociais e uma abordagem mais questionadora em relação às instituições estabelecidas.
Como nada neste mundo é verdadeiramente novo, apenas uma repetição da mesma sombra com diferentes nuances, os baby boomers destacaram-se em diversos movimentos.
Sendo assim, cabe aqui elencar alguns dos principais movimentos dos Baby Boomers. O Movimento pelos Direitos Civis: seus defensores e participantes lutaram pela igualdade racial e pelos direitos civis da comunidade afro-americana. O movimento feminista, que defendeu a igualdade de gênero, a liberdade sexual feminina e o fim dos papéis de gênero, além de igualdade salarial e oportunidades educacionais e profissionais para as mulheres. Não entraremos em detalhes sobre esse movimento deletério para a sociedade aqui, mas se quiser mais recomendamos o vídeo já lançado aqui no canal: “O feminismo é uma estratégia marxista”, o link está na descrição. Adentrando o movimento hippie e a contracultura, eles abraçaram valores como paz, amor, libertação sexual e uso de drogas, vida espiritual e comunitária e rejeição às normas sociais, questionando valores tradicionais e as instituições estabelecidas. Além disso, contribuíram para o movimento ambientalista, defendendo a conscientização e ação em relação às questões ambientais. Não será possível entrar em detalhes sobre os diversos aspectos das ideias dos Hippies e se elas foram benéficas ou prejudiciais à sociedade. Mas deixamos como recomendação o vídeo "Hippies no Panamá comprovam que utopia coletivista é um inferno", o link está na descrição.
A substituição dos "baby boomers" por "geração Z" revelaria uma notável continuidade, evidenciando que são as mesmas sombras em diferentes eras. Mas vamos filosofar um pouco aqui para entender o assunto. Para todos aqueles que não conhecem a alegoria da Caverna, aqui vai um breve, humilde e simples resumo: essa alegoria exige que imaginemos prisioneiros acorrentados numa caverna desde o nascimento, de modo que eles só conseguem ver a parede à sua frente. Atrás deles, há uma fogueira e, entre os prisioneiros e a fogueira, pessoas carregam objetos que projetam sombras na parede da caverna. Os prisioneiros, portanto, veem apenas as sombras desses objetos na parede, sem nunca terem visto diretamente os objetos reais ou a luz do mundo exterior.
Essas sombras representam o mundo percebido pelos sentidos, a realidade ilusória que muitas vezes aceitamos como única. A alegoria sugere que a compreensão limitada e condicionada que temos do mundo é como as sombras na parede da caverna. Platão argumenta que, para alcançar o verdadeiro conhecimento, devemos buscar além das aparências e das sombras, indo em direção à luz fora da caverna. Essa luz simboliza o mundo das ideias eternas e imutáveis, as formas ideais que são a verdadeira realidade para Platão.
Em resumo, as sombras na metáfora de Platão representam a ilusão percebida pelos sentidos e a compreensão limitada da realidade. O filósofo instiga os pensadores a transcenderem essas sombras, buscando o conhecimento mais profundo e verdadeiro além das aparências. A alegoria da caverna, que faz parte do livro VII da obra "A República" foi escrita no século IV a.C.
Então, caro libertário, não se surpreenda, se você está acertando suas previsões no cenário político, econômico e social. Você acredita que prevê tudo o que está acontecendo no mundo?! Sim, porque, mais uma vez, é a mesma sombra, apenas em diferentes contextos nos quais todos estamos inseridos dentro da mesma caverna. Poucos tiveram a capacidade de sair e atingir a iluminação. E menos ainda os que decidiram voltar para dentro da caverna ou matrix se preferir, porque só quem volta para dentro da caverna, faz por amor aqueles que ficaram. Hoje em dia, as relações interpessoais são cada vez mais líquidas, e só vejo um tipo de amor, e esse é a vocação de ser professor. Somente o amor de um professor por espalhar conhecimento faria com que alguém fosse "louco" o suficiente para voltar à caverna e lidar com seres que não têm ideia do que existe além daquelas sombras. Na figura do professor e dos alunos, há uma jornada em direção ao conhecimento.
Conforme o professor de filosofia Dennys Xavier, em uma aula no Instituto Mises Brasil, ele observou que os bons professores não estavam apenas dando aulas. Esses bons professores e, por consequência, bons acadêmicos, estavam em suas casas, lendo, estudando e aprendendo. Eram poucos aqueles que tinham a coragem para lecionar, e de certa forma, tentar mudar a realidade da geração Z, que precisa muito da ajuda dessas pessoas mais vividas e experientes. Pois, atualmente, meus caros, os professores enfrentam desafios dobrados, ou até mesmo triplicados, em comparação com os professores de outras gerações.
Se você faz parte da geração Z, mais vulgarmente chamada de "nem, nem" (nem trabalhar, nem estuda). E se você não se identifica e está indignado com esse artigo, que bom. Eu adoraria estar errado em relação a essa geração. Provem vocês que todos estão errados sobre essa geração. Demonstrem que tudo o que dizem sobre a geração Z está equivocado. Porque para provar isso, será necessário muito estudo e conhecimento por parte de vocês, e eu ficaria muito feliz em estar completamente enganado sobre isso. Essa geração é caracterizada por valorizar experiências significativas, flexibilidade e bem-estar no ambiente de trabalho, criando um cenário de liberdade.
No entanto, a verdadeira liberdade só pode ser conquistada após muito sacrifício, perdas, dor e sofrimento. Isso faz parte da vida, são as experiências que contribuem para o crescimento e amadurecimento humano. Infelizmente, muitos de vocês fazem parte de uma geração na qual a maioria das famílias superprotegeu seus filhos. Essa superproteção tirou de vocês a oportunidade de aprender com as dificuldades e com os erros, ou seja, é uma geração que foge de desafios.
Lembro-me sempre da situação no famoso filme Procurando Nemo, quando o pai de Nemo promete que nada de ruim acontecerá a ele. Então, de forma controversa, Dory, o peixe azul, questiona essa promessa. Porque, se você promete que nada vai acontecer, então NADA vai acontecer. Em outras palavras, as pessoas precisam enfrentar dificuldades e experiências para crescerem e amadurecerem, e o sofrimento faz parte desse processo.
A busca incessante por propósito e qualidade de vida na Geração Z está intrinsecamente ligada à sua falta aparente de comprometimento, que se traduz na valorização da trajetória profissional. Para evitar o mencionado "gap de líderes", é imperativo integrar as diferentes gerações, reconhecendo o potencial singular da Geração Z e as experiências da Geração XY, fomentando um ambiente de trabalho mais humano, flexível e maduro.
Por isso, todos costumam dizer: aprendam com os mais velhos, não porque os mais velhos saibam tudo, mas porque viveram. Mesmo que a geração Z seja uma geração inteligente, proveniente da tecnologia, com a inteligência artificial, é importante agregar conhecimento. Existem coisas que a tecnologia não faz por você, e existem aprendizados que não são ensinados, mas sim adquiridos. No mercado de trabalho, fala-se muito em habilidades técnicas e interpessoais. Essas habilidades interpessoais, ou soft skills, como são chamadas, derivam do que a pessoa é, de seus valores, de suas diretrizes, de seu caráter e experiência.
Aos que estão preocupados com o conflito de geração entre os baby boomers e a geração Z, que não quer trabalhar nem estudar, não se preocupem, pois isso é apenas uma questão de tempo.
Como a história já mostra, as situações são cíclicas com o passar dos anos. O que seria realmente surpreendente é se essa geração conseguisse provar que a história está errada. Porém, até agora, não parece ser o caso.
https://exame.com/carreira/geracao-z-os-lideres-que-nao-virao-e-agora/
Visão Libertária - O FEMINISMO é uma estratégia MARXISTA:
https://youtu.be/ef4I0pgKpXw
Visão Libertária - Hippies no Panamá comprovam que utopia coletivista é um inferno:
https://youtu.be/n_6_yvCA4mc