Segundo o TSE, o aparato contra a "desinformação" está mais forte do que nunca. Porém, a verdade todos nós sabemos, eles querem censurar tudo que vá contra a elite, mesmo que isto signifique abolir a verdade.
No Brasil sempre houve algum tipo de censura. Desde a criação da república, houve fases de alternância entre uma suposta liberdade de imprensa, que, na verdade, eram os jornais puxando o saco dos presidentes ou uma censura de fato, na qual jornais não tinham outra opção a não ser apoiar o governo. Notavelmente, na era Vargas durante o Estado Novo e no regime militar as coisas eram bem mais complicadas. Nestas épocas, a desinformação era tudo que fosse contra o sistema vigente, desde abusos de autoridade a escândalos de corrupção. Muitos acreditam que não houveram corrupção durante o regime militar ou enquanto o gordinho suicída estava no poder, mas isto não passa de uma inverdade. O fato é que o Serviço Nacional de Informações, o SNI, fez um excelente trabalho em cobrir qualquer rastro que ligasse o regime a estas ações antiéticas e imorais.
Outro ponto a ser destacado é o fato do Barba, atual presidente da república, ter feito uma campanha de desinformação contra Bolsonaro. Apesar de todos os seus defeitos, Molusco usou de inverdades e mentiras para atacar seu inimigo político, como chamá-lo de culpado por todas as mortes pela pandemia e fascista. Tais campanhas de desinformação foram ignoradas pelo TSE até o momento, de forma muito conveniente. Porém, ao censurar a dita desinformação, precisamos nos questionar: quem decide o que é ou o que não desinformação? Quem decide o que deve ser censurado ou não?
Para entendermos a melhor forma para se lidar com a desinformação, voltemos ao tempo do Brasil Império. Naquela época, um dos pilares que Dom Pedro II defendia era a liberdade de imprensa no país. De maneira geral, neste período, o país experimentou o maior nível de liberdade já visto em sua história. De fato, a imprensa republicana criava diversas inverdades e calúnias a respeito do Imperador. Porém, ele pouco se importava, permitindo que tais notícias circulassem, não por concordar com elas, mas por entender que, sem isto, o país nunca seria verdadeiramente livre para seguir seu caminho. O que acabou com o império não foi a vontade popular. Durante o golpe, as pessoas acreditavam que se tratava de um desfile militar. A grande verdade é que o exército, em maior parte dominado pelo pensamento positivista, faziam oposição à monarquia sob a crença de que uma república presidencialista ditatorial traria melhorias contra o que eles viam como uma monarquia liberal.
Passado mais de um século desde o golpe republicano, a liberdade de expressão e de imprensa no Brasil ainda não se recuperaram. O conflito de interesses entre Elon Musk e Xandão, o Glande, não é um mero caso isolado. Isso apenas prova de que não apenas a democracia brasileira é falha, como seu alicerce pútrido, o positivismo, se baseia em crenças falaciosas e completamente sem base na ética que deturpam nossa nação. Como uma lógica Orwelliana, desde que o nosso lema se tornou “Ordem e Progresso”, o que aconteceu de fato foi uma desordem e regresso, com o Brasil, ora tendo uma falsa liberdade, ora tendo uma ditadura de fato.
Outro grande problema evidenciado é o fato do estado financiar a mídia tradicional. Isso impede a imparcialidade de qualquer meio de comunicação. Contudo, agora, qualquer corte feito aos veículos midiáticos trará também uma imparcialidade, pois como não querem perder o dinheiro fácil, aquele que cancelar os contratos será execrado pelas emissoras. De fato, o medo dos especialistas em acreditar que o ataque à “fake news” se torne rapidamente em uma campanha de censura generalizada não é um medo novo. Esse cuidado possui embasamento histórico, pois o Brasil republicano sempre alternou entre o autoritarismo e o populismo desde sua fundação.
Entretanto, a internet veio para quebrar este paradigma, aterrorizando a mídia tradicional e os políticos. Ao permitir com que o indivíduo tenha acesso às notícias de fontes descentralizadas e distribuídas, o espectador pode avaliar qual faz mais sentido e tirar suas próprias conclusões. Este ato destrói o antigo sistema, no qual o espectador só tinha acesso à informação de alguns lugares que eram e ainda são, devidamente selecionados para moldarem a opinião popular.
Ao ter acesso a informações sem filtro, isto cria um ambiente disruptivo e mais livre. Por isso que políticos e burocratas estão, desde 2023, tentando regulamentar, ou seja, controlar, a mídia e as redes sociais, que nada mais é do que uma tentativa de retornar o Brasil ao antigo sistema de censura de informações. Por isto, meu caro espectador, ao apoiar figuras como Xandão, o que se apoia não é uma mera figura que defende suas ideias, mas o mesmo sistema que mantém o Brasil no atraso e pobreza desde a extinção da liberdade de imprensa, feita pelos positivistas.
O grande problema, porém, é mais profundo. Ao ter o monopólio da violência, o estado pode mudar as regras do jogo quando bem entender coercitivamente, indiferente se isso é contra ou não a lei vigente. Desde a fundação da república, o Brasil mudou de constituição sete vezes, e ainda assim o estado decide quando vai ou não seguir tais leis. Porém, isto não é uma exclusividade do positivismo, mas do aparato estatal. Desde a criação dos primeiros estados, houve diversas tentativas de controlar a informação e a verdade, especialmente quando ela era escassa. Por muito tempo, tal tática funcionou, mas deixa de continuar a dar resultados graças à informação decentralizada.
A solução para o problema do estado é, sem dúvida, a sociedade libertária, que seria muito mais decentralizada e distribuída. Os indivíduos teriam a mesma liberdade que possuem hoje, de escolher qual mídia acessar, mas com muito mais opções do que temos atualmente. A ideia não é criar uma utopia na qual todas as mídias sejam imparciais, mas garantir que haja liberdade para as pessoas poderem saber qual é a linha editorial daquele grupo. Aqui mesmo no Visão Libertária, somos tendenciosos a dizer que a liberdade, descentralização e distribuição das informações, e consequentemente, o libertarianismo e o anarcocapistalismo são a melhor opção para a sociedade. Nosso objetivo não é ser imparcial, e está tudo bem. Do mesmo modo, canais de comunicação que apoiem o comunismo ou até mesmo o terraplanismo seriam permitidos. O importante é ser explícito sobre a linha editorial. O que somos contra é a tentativa de manipular a sociedade dizendo ser imparcial, quando não é. Por causa disto, a liberdade de expressão e de imprensa são indispensáveis, pois ao haver uma rede nacional de comunicação que tentasse manipular as pessoas, os demais canais mostrariam qual é o verdadeiro objetivo daquela empresa. Isso diminuiria sua capacidade de lavagem cerebral, podendo, inclusive, levá-la a falência, caso as pessoas deixem de consumir seu serviço.
Você poderia até não concordar com o que as pessoas acreditam ou dizem. Porém, ao querer negá-los o direito à liberdade de expressão simplesmente por falarem o que pensam, abre-se uma brecha para com que a liberdade de qualquer um esteja ameaçada. Nada garante que você seja a vítima da censura depois de um tempo, pois a vontade do ente parasitário muda de acordo com suas necessidades temporais e interesse em manter a sociedade dominada. Quem não se lembra da censura dos a favor das picadinhas sobre aqueles que não queriam conteúdos escusos sendo aplicados em seus corpos? Atualmente, está sendo provado que aqueles que foram contra as imposições estavam certos, ante aos seus detratores.
Enfim, a censura é o jeito mais rápido e eficaz de se resolver o problema da desinformação e fake news. Contudo, é também o jeito mais errado e o que traz mais consequências negativas para a sociedade. Somente a liberdade irrestrita de dizer o que quiser pode levar a sociedade a alcançar o mais alto nível de consciência informação. A censura apenas fomenta a ideia censurada a crescer debaixo dos olhos da sociedade. É como um elefante branco sendo alimentado diariamente na sala. Ninguém fala sobre ele, até que estão desconfortáveis. Neste momento, ninguém conseguirá domá-lo. Por tudo isso que defendemos a liberdade de todos falarem tudo o que pensam, mesmo que a fala seja burra, ignorante e descolada da realidade, como, por exemplo, ser a favor do estado ou do comunismo.
Censura na era Vargas:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_de_Imprensa_e_Propaganda#:~:text=O%20Departamento%20de%20Imprensa%20e,governo%20durante%20o%20Estado%20Novo.
Censura no regime militar:
https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br/assuntos/destaques/censura-nos-meios-de-comunicacao#:~:text=A%20imprensa%20foi%20alvo%20da,%2C%20em%201970%2C%20a%20autocensura.
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/censura-o-regime-militar-e-a-liberdade-de-expressao.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Nacional_de_Informa%C3%A7%C3%B5es
https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br/centrais-de-conteudo/imagens-e-documentos-do-periodo-de-1964-1985/servico-nacional-de-informacoes-sni
https://memorialdademocracia.com.br/card/sni-nasce-monstro-da-espionagem
TSE multa campanha de Lula:
https://www.gazetadopovo.com.br/republica/tse-multa-lula-250-mil-por-propaganda-contra-bolsonaro/
Liberdade no Império:
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-coluna-o-imperio-do-brasil-e-liberdade-de-imprensa.phtml
Oposição ao Império:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Brasil#For%C3%A7as_armadas
Financiamento à mídia tradicional:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/07/globo-desbanca-record-e-sob-lula-volta-a-liderar-verbas-de-publicidade-do-governo.shtml
https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/governo-bolsonaro-aumenta-verba-da-globo-e-diminui-a-de-tvs-religiosas
Fim da Globo?:
https://youtu.be/91PcvaoHWG8