Uma Província do PERU quer FAZER PARTE do BRASIL !?

Uma província isolada na Amazônia que quer fazer parte do território brasileiro. Onde eu já ouvi essa história antes?

A Província peruana de Purus, pertencente ao departamento de Ucaiáli, fica ao leste do território Peruano na parte amazônica do país, e à oeste do estado brasileiro do Acre. Possuindo uma área de 18 milhões de quilômetros quadrados, uma população extremamente pequena de apenas 5 mil habitantes e tendo a economia baseada na subsistência, como pesca, coleta de frutos e etc. Parte da Amazônia peruana está neste território, que contém rios sinuosos e várias áreas de floresta tropical.

A maioria da população de lá é composta por nativos que reclamam da falta de apoio que o governo Peruano dá a eles. Além da instabilidade e conflito político que tem ocorrido no Peru, com a tentativa de golpe de estado de Pedro Castillo que tira o foco de cidades menores e regiões mais afastadas da capital, existe a cordilheira dos Andes cruzando o país, que forma uma barreira natural que impede uma circulação fácil de bens ou até a construção de estradas para viabilizar o processo.

Devido a isso, se torna muito mais prático e fácil receber os produtos para os mercados na fronteira vizinha com o Brasil, no Acre, no qual muitas das pessoas de Purus recebem auxílio direto de ONG's brasileiras e as mulheres chegam até a atravessar a fronteira para a cidade brasileira de Santa Rosa de Purus para terem seus filhos com cidadania brasileira, tendo direito ao SUS e outros serviços pagos com dinheiro dos nossos impostos, incluindo até medicamentos. Essa própria situação foi documentada pelas redes de tv no Peru.

A maioria dos locais não têm um acesso constante à energia elétrica e água potável. Em uma entrevista dada por um dos líderes desse movimento ele afirmou que o Estado do Peru abandonou eles como, peruanos, e que querem fazer parte do Brasil pois é o único que os deu e ainda dá apoio.

Mesmo que essa população não tenha sequer acesso às "benevolências" que o estado diz conceder, tenho quase certeza que o governo de lá jamais esquece de tributar e retirar um pouco mais de um povo que já não tem muito.

O Governo Peruano responde que eles mantém, sim, a ajuda a eles! Algumas fontes apontam que uma vez por ano, uma aeronave da força aérea venezuelana ajuda a enviar suprimentos ao local. Nem precisamos comentar o quão ridículo isso é, né?

Embora aqui no Brasil o nome "República Federativa" seja quase um enfeite pela falta de autonomia dos nossos estados, não dá pra ignorar que nosso país possui um foco maior distribuído em várias cidades de várias regiões se comparado a muitos dos países da América Latina que governam somente para a própria capital.

Podemos citar o próprio caso atual do Peru, em que o povo de Purus denuncia constantemente que o governo federal foca somente em aprimorar a própria capital, embora todos os cidadãos de todo o país continuem a pagar impostos igualmente.

Lembrando que não estamos querendo dizer que os burocratas em Brasília ligam pra qualquer parte do país, apenas citamos que, como foi visto na prática, o Brasil, mesmo sendo gigante, ainda dá uma atenção maior às regiões que, naturalmente, não teriam acesso algum, como Acre e Rondônia. Embora também tenham muitas tribos isoladas na Amazônia no qual só é possível ter acesso por viagens de helicóptero.

Até podemos lembrar de uma história que também aconteceu naquela região amazônica e que também envolveu povos locais de um outro país que queriam fazer parte do Brasil. Estamos falando da Revolução Acreana.

Muito antes de se tornar um estado brasileiro, o Acre pertencia historicamente à Bolívia, mas era pouco povoado e tinha pouco interesse do país na área. Ele, então, foi habitado por vários brasileiros que migraram para a Amazônia no ápice da extração de Látex, o que fez com que o governo boliviano da época aumentasse os impostos dos produtores do Acre.

Isso culminou com os seringueiros da região organizando uma revolução, que aconteceu em 1899 e durou até 1903 sob a liderança de José Plácido de Castro, transformando o Acre em uma república independente provisória e depois sendo anexado pelo Brasil com uma indenização paga para a Bolívia.

Os seringueiros brasileiros no Acre queriam ser anexados pois enquanto permaneciam na Bolívia diversas leis e impostos abusivos dificultavam a vida dos seringueiros brasileiros e a produção de borracha. Parece irônico acreditar, hoje, que um estado quis ser anexado ao Brasil por causa de impostos, não é mesmo? Ainda mais se comparado com a situação da carga tributária dos dias atuais.

Mas para ficar mais claro a comparação geográfica, compare a distância entre o Acre e Brasília, mas diminuindo a distância e cortando o Centro-oeste do trajeto, e ainda sim com o governo não conseguindo suprir a população de lá por causa de uma fileira de montanhas que dificulta a passagem. É essa a situação atual.

Além disso, ainda temos muitos outros exemplos, como a Argentina com Buenos Aires, a Venezuela com Caracas e a Bolívia com Assunção, todos deixando a população de lado. "Enquanto estiverem pagando não teremos problemas".

Porém, o povo de Purus quer fazer parte do Brasil justamente por que já estão contando com a falta da imposição da nossa carga tributária para eles. Tendo uma sobrevivência baseada na subsistência não é difícil de imaginar uma repetição do caso dos Yanonami.

Eles já recebem auxílio do SUS que é pago com nosso dinheiro e auxílio de ONGs do Brasil, na prática só querem formalizar o território para receberem um auxílio mais direto. Pode ser que queiram apenas se aproveitar ou apenas realmente querem ajuda nessa situação miserável, mas não seria correto fazer alguém do Nordeste ou do Sul pagar a conta de uma pessoa de um território quase do outro lado do continente.

Ao invés de serem anexados, o que já é obviamente improvável, a solução pode estar em um projeto antigo da nossa câmara dos deputados que vem desde 2009, no qual previa a criação de zonas e municípios integrados economicamente na região da fronteira entre Peru e Brasil, facilitando trocas e translocação entre as pessoas da região amazônica mais isolada, garantindo tanto o abastecimento conjunto quanto um efeito positivo a longo prazo para ajudar a combater a miséria do envolto.

Porém, as regiões precisam se tornar produtivas e ir atrás de um retorno próprio, não dá para quererem somente as pessoas ficarem sentadas esperando que o estado faça algo por elas, ou pior, quando este não as atende querem só trocar de estado. O estado não quer fazer nada por você ou por sua família, quer apenas roubar e controlar você o máximo que puder.

É fácil querer se mudar para uma casa nova, com uma nova família, quando esta vai te sustentar. Sejamos mais justos e perguntemos aos Uruguaios, já que antigamente eram a Província da Cisplatina no Império do Brasil, se eles desejam voltar a fazer parte do nosso Brasil sendo uma zona que consegue gerar riqueza para si própria, porém com o preço de todos os novos impostos que são criados dia após dia.

Não tenho certeza do porque, mas sinto fortemente que a resposta seria um claro: não! Recomendo urgentemente que essas pessoas desistam da ideia antes que se arrependam de fazerem parte da famigerada República de Banânia.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=UCHT5WPhrOE&list=WL&index=3