Enquanto a Argentina elegeu Milei e o Chile pode ter Johannes Kaiser, o Brasil ainda parece perdido no labirinto do populismo. Será que em 2026 teremos um libertário no Planalto? Ou vamos repetir o ciclo de protecionismo e burocracia?
Bolsonaro inelegível, Lula em queda livre e o fantasma do Trump assombrando a direita com seu protecionismo burro. Enquanto isso, a pergunta: onde está o candidato libertário para 2026? Milei mostrou que é possível vencer com ideias radicais, mas no Brasil, até agora, só temos personagens… e não líderes.
Poderíamos imaginar que mesmo que Bolsonaro deixasse de ser inelegível e voltasse ao poder, se ele se aliasse ao Trump, ele se derreteria com as medidas protecionistas e supostamente "nacionalistas", levando uma boa parte da direita junto com ele. Nesse cenário, tanto nos Estados Unidos quanto aqui no Brasil, com a esquerda praticamente devastada, a oposição contra essa direita protecionista viria da direita liberal e libertária, então porque não tentamos pular todo esse caminho e colocamos um candidato libertário na presidência em 2026? Se isso fosse possível, quem poderia ser?
Paulo Kogos, o cavaleiro templário do ancapistão, já tentou vereador, deputado… e falhou. Sua retórica inflamada? Ótima para viralizar, mas pelo jeito foi péssima para conquistar votos. Peter Turguniev, dono aqui do Visão Libertária, até brincou com uma candidatura pelo partido PICA (sim, PICA!), Partido Informal da Causa Ancap, mas sabe que política real exige mais que memes e ele não parece disposto a uma candidatura séria. Raphael Lima, do Ideias Radicais, cativa a bolha. Muitos se tornaram libertários por conta dele, já teve vídeo respondido pelo Nando Moura e até foi recomendado pelo Felipe Castanhari, antes de ele endoidar de vez para o lado esquerdista. O Raphael tentou se eleger para vereador na última eleição e eu como autor desse artigo digo que votei nele, porém ele não foi eleito. Que ele cativa a bolha libertária não temos dúvidas.. mas será que consegue convencer Dona Maria no interior de Minas? Eu gostaria de dizer que sim, mas o Brasil é muito complexo para afirmações do tipo. Se o jeito dele não for apelativo ao público geral e ele não tiver experiência e habilidade para negociações políticas, torna-se difícil de repetir o mesmo sucesso do Youtuber libertário chileno Johannes Kaiser e é improvável que ele passaria dos 2% de votos em um primeiro turno eleitoral de 2026.
Mas não há muito o que dizer sobre o próximo da lista, o Renato Trezoitão. Ele ficou popular falando sobre bitcoin, escreveu um livro, foi em podcasts e com certeza foi bem polêmico... Ele não tem jeito para político e talvez também não tenha chance de furar a bolha eleitoral caso não mude seu jeito. Acho que a maioria pode concordar com isso que estou dizendo, seria até impressionante se ele conseguisse sequer se eleger para deputado federal ou estadual.
Agora, um político abertamente libertário e que já possui experiência na política é o deputado federal Gilson Marques do Novo. Ele foi eleito para a Câmara dos Deputados em 2018 com 27.443 votos e reeleito, posteriormente em 2022, com 87.894. Gilson já rejeitou no passado o título de "Milei brasileiro" e disse que seria muita pretensão dele assumir tal papel e reconheceu que ter ideias similares não significa que ele possa se fazer o mesmo efeito bombástico que Milei teve durante a campanha presidencial, pois diversas coisas estão envolvidas nesse processo. Muito da campanha de Gilson Marques se concentrou no combate de mordomias e privilégios de políticos, coisas que todos nós conhecemos muito bem mas não necessariamente é o foco do movimento libertário como um todo. Até porque não existe um "movimento libertário" de fato, o que existem são pessoas que se identificam como libertárias e podem concordar ou divergir em algumas ideias. Somos naturalmente pró indivíduos e pró descentralização, então, é incompatível com a ideologia libertária ter um "movimento" ou qualquer coisa que remeta a centralização de ideias. Mas aqui está o problema: nem a bolha libertária fala muito dele. Será medo do mainstream? Falta de carisma? Ou o Brasil simplesmente não está pronto para um libertário que prefere reformas a revoluções?
Como dá para ver, não há um candidato libertário pronto para 2026 e as pessoas mais prováveis até então precisariam de grandes mudanças para se tornarem viáveis, o que é extremamente improvável. É muito mais provável que um candidato aos moldes de Milei e mais outsider da política venha do partido Novo, defendendo o livre mercado, mas não necessariamente sendo um libertário. Isso se o próprio Novo não lançar propositalmente um candidato com nome mais fraco para evitar fazer oposição direta ao Bolsonaro mas ainda se manter na disputa, como foi em 2022 com o Felipe D’Avila.
Trump está queimando a direita com protecionismo. Bolsonaro está inelegível. A esquerda? Enterrada em suas próprias crises. É a hora perfeita para um libertário explodir o sistema. Mas sem um rosto e sem estratégia, o Brasil repetirá o pior dos dois mundos: estado inchada, impostos absurdos e… os mesmos políticos de sempre.
É claro que cada país tem o seu próprio desenvolvimento político e figuras distintas como foi com Bolsonaro, Trump e Macri, mas a tendência geral continua sendo empurrada em prol de políticos de direita a favor do livre mercado e de menos burocracia estatal. O Milei na Argentina provou que é totalmente possível um libertário ser apoiado e ganhar a presidência sem ser necessário que todos os argentinos acreditassem na ideia de que um ancapistão seja possível. Pegando um exemplo histórico, os Bolcheviques conseguiram tomar controle da Rússia em meio a uma guerra civil, mesmo nas eleições anteriores a isso tendo ganhado apenas 10% dos votos gerais.
O Novo parece estar adotando uma estratégia gradual de conseguir popularidade e votos em prefeituras e governos de estado por um bom mandato e não apenas propaganda, o que tem sido efetivo se olharmos o número de afiliados crescendo em comparação a outros partidos nos últimos anos. Os prefeitos do Novo também estão conseguindo a reeleição em suas respectivas prefeituras. O sucesso do governo de Milei na Argentina também terá o mesmo efeito ao mostrar que um libertário na presidência foi capaz de estabilizar uma crise econômica gigantesca e passar reformas de desregulamentação.
Agora falta aos libertários brasileiros formarem candidatos para ocupar espaço nas eleições de 2026 e mais adiante. Não adianta somente ter uma presença forte na internet como nós temos, o estado não deve ser deixado livre para os socialistas tomarem e tentarem impor suas ideias fracassadas sobre a sociedade por meio da força. Veja bem, não estamos dizendo que a solução vem por meio da política ou algo do tipo. Claro que não! Políticos geralmente só geram mais problemas do que de fato resolvem. Porém, o Brasil, assim como a Argentina estava antes do Milei, está ficando numa situação complicada em meio a uma crise econômica gerada pelo estado, impostos absurdos e alto índice de corrupção. Se a política não é a solução para os problemas do mundo, deixar a política nas mãos da esquerda certamente não é um bom caminho. Menos estado é sempre melhor do que mais estado. Sim, nós estamos caminhando inevitavelmente para o fim do estado, mas o que pudermos fazer para diminuir o poder do leviatã até lá é sempre válido.
Do jeito que as coisas vão no Brasil, as vezes o melhor caminho parece ser torcer para que o Milei incorpore o território brasileiro e salve a gente das garras do STF e da Mula Velha de 9 cascos, não é´?! hahaha E você, o que acha desse cenário? Deixe nos comentários!
Quem é Johannes Kaiser? O "MILEI Chileno" na eleição de 2025
https://www.youtube.com/watch?v=XKJN9lNVYCc&t=1s