Pois é, a manchete do Money Times não deixa dúvidas: "Mais de US$ 250 milhões pelo ralo: criptomoeda Libra de Javier Milei fez 86% dos investidores perderem dinheiro". A notícia nos revela que a criptomoeda supostamente associada ao presidente argentino Javier Milei despencou 99% em poucas semanas, arrastando o dinheiro de milhares de investidores para o limbo. Segundo o portal, 86% dos compradores saíram no prejuízo, enquanto o projeto afundava como um verdadeiro Titanic financeiro.

A promessa? Uma criptomoeda revolucionária, alinhada aos princípios libertários de Milei. A realidade? Um token que desmoronou quase tão rápido quanto foi lançado. E a culpa, claro, recai sobre a confiança cega na política – e na falsa ideia de que qualquer moeda digital pode ser comparada ao Bitcoin.

Claro que a oposição não deixaria de aproveitar o tiro no pé dado por Milei, pra fazê-lo sangrar politicamente. No momento da escrita deste artigo, já estavam protocolados mais de 100 pedidos de impeachment contra o presidente libertário. Era óbvio que a esquerda peronista argentina faria isso. O que eles não fazem é ter a coragem de criticar seus políticos de estimação que deram um golpe muito maior em 100% da população argentina: condená-los à pobreza, fome e miséria por décadas, fazendo promessas delirantes e entregando o mais puro suco do socialismo. Apesar de Milei ter sido irresponsável ao divulgar essa criptomoeda, talvez por ingenuidade, esperamos que esse erro grave do presidente argentino não seja pretexto pra devolver a Argentina na mão de seus antigos saqueadores.

E aqui mora a grande lição: sim, Javier Milei tem sido um verdadeiro furacão libertário na Argentina, cortando gastos, desmontando parasitas estatais e puxando o país de volta para a realidade econômica. Nós como libertários não temos político de estimação, mas sempre optamos pelo menos pior, e é justamente por isso que você, telespectador, vê e continuará vendo vídeos apoiando o presidente Bolsonaro neste canal. Bolsonaro é o presidente dos nossos sonhos? Certamente que não, porém ele é sem dúvidas um dos melhores, se não o melhor, presidente que já governou o Brasil. Pelo que ele é? Talvez, mas principalmente pelo que ele não é: um bêbado, corrupto, comunista, analfabeto, ladrão, amigo do crime organizado e apoiador de regimes ditatoriais que escravizam e matam seu povo.

Da mesma forma que Bolsonaro, Javier Milei é, sem sombra de dúvidas, o melhor presidente que a Argentina já teve. Ele é a expressão máxima do descontentamento de um povo que já não aguentava mais esperar pela picanha, e só receber ovo. Mas, como qualquer político, ele continua sendo… um político. E confiar cegamente em qualquer figura política – mesmo que seja o melhor nome da história recente da América Latina – é um erro crasso. Por isso não ache que nós do Visão Libertária vamos passar pano pros erros de Javier Milei. Políticos devem ser criticados, principalmente por aqueles que o apoiam. O que não podemos e não iremos fazer, é usar os erros de um político que claramente é o menos pior, para colocá-lo no mesmo patamar de demônios psicopatas e cleptomaníacos, dizendo que “os dois são a mesma coisa” ou “dois lados da mesma moeda”, como fizeram alguns “isentões” aqui na republiqueta das bananas. Diferentemente de Nando Moura ou MBL, nós temos culhões de criticar os políticos que apoiamos e ainda assim ter a hombridade de não se isentar quando for necessário apoiá-lo diante de um adversário infinitamente pior. Mas dadas as devidas ressalvas, voltemos à questão da shitcoin de Milei.

Se você já ouviu falar de Bitcoin, mas ainda não entendeu por que ele é tão diferente de todas as outras criptomoedas, este é o momento para aprender – antes que mais um token "revolucionário" apareça prometendo mudar o mundo e afundando o seu dinheiro no processo.

A primeira coisa que precisa ficar clara é: qualquer moeda digital que tem um dono, um grupo central de controle ou um governo por trás é um engodo. O Bitcoin é a única criptomoeda que realmente importa, justamente porque não pertence a ninguém. Sua rede é descentralizada, seus registros são imutáveis e ninguém pode simplesmente apertar um botão e criar mais moedas do nada.

Agora, compare isso com a Libra, a "criptomoeda" que arruinou 86% dos seus investidores. Esse token foi criado no meio da euforia Milei, pegando carona no entusiasmo gerado pelo novo governo argentino, mas sem nenhuma base sólida que justificasse sua valorização. Era uma questão de tempo até o mercado perceber que estava comprando um ativo sem fundamentos – e a derrocada veio com a força de um colapso econômico peronista.

Isso acontece porque tokens como esse são apenas tentativas de replicar o sucesso do Bitcoin, mas sem os princípios que fazem do BTC o único dinheiro digital verdadeiramente escasso e valioso. A cada novo "projeto revolucionário", a única revolução que acontece é a transferência de dinheiro dos incautos para os criadores da fraude.

E aqui voltamos ao ponto mais importante de todos. Milei tem sido um verdadeiro fenômeno na Argentina, e isso é um fato. Enquanto os governos anteriores destruíram a economia com impressoras descontroladas e déficits colossais, ele está fazendo exatamente o oposto: cortando gastos, desmontando monopólios estatais e restaurando um mínimo de sanidade ao país.

Mas isso não significa que ele seja infalível. E a maior prova disso está no fato de que seu nome foi associado a um ativo que, na prática, enganou milhares de pessoas.

Políticos, por melhor que sejam, são seres humanos. E seres humanos cometem erros. O problema é que, quando um presidente está no comando, seus erros podem arrastar milhões para o buraco – algo que os argentinos já conhecem bem demais, depois de décadas de populismo irresponsável.

A confiança no livre mercado e na descentralização deve estar acima de qualquer figura política. E é justamente por isso que o Bitcoin é a única moeda digital realmente confiável: porque ele não depende de ninguém. Não há um Milei, um Elon Musk ou um Jeff Bezos no controle da rede. Não há um banco central que pode inflacioná-lo. O BTC é uma rede imutável, que segue regras matemáticas e não as vontades de um governo ou de um influenciador do momento.

Outro ponto que deve ser reforçado é que o mercado de criptomoedas está infestado de esquemas fraudulentos que tentam pegar carona no sucesso do Bitcoin, mas que na verdade não passam de esquemas de pirâmide. O modelo é quase sempre o mesmo: um time de desenvolvedores lança um token, promove a ideia como "revolucionária" e enche o mercado de promessas. Enquanto isso, os criadores vão vendendo seus ativos em cima da empolgação alheia, até que a realidade bate à porta e o preço derrete.

No final, os idealizadores somem com o dinheiro, os últimos compradores ficam no prejuízo, e a roda continua girando para o próximo golpe. Foi assim com o Libra, com a FTX, com o LUNA, e será assim com qualquer outro token que seguir esse caminho.

O Bitcoin, ao contrário dessas aberrações, é um ativo que já provou seu valor ao longo de mais de uma década. Sua rede é a mais segura do mundo, seu fornecimento é limitado a 21 milhões de unidades e sua adoção cresce de forma exponencial.

Se alguém quer se proteger da inflação, do controle estatal e de crises econômicas criadas por políticos, não há alternativa melhor do que o BTC. O resto? São apenas distrações perigosas para quem ainda não entendeu que a única saída verdadeira está na descentralização total.

Javier Milei é, sem dúvidas, uma das melhores coisas que aconteceram para a América Latina nos últimos anos. Mas isso não significa que devemos seguir qualquer coisa associada ao seu nome sem questionamento. A Libra mostrou que a idolatria cega por políticos pode custar caro – muito caro.

A lição aqui é clara: o caminho para a liberdade financeira não passa por políticos, por tokens criados às pressas ou por esquemas duvidosos. O único dinheiro verdadeiramente confiável é aquele que não pode ser controlado por ninguém. E esse dinheiro tem nome: Bitcoin.

Referências:

https://www.moneytimes.com.br/mais-de-us-250-milhoes-pelo-ralo-criptomoeda-libra-libra-de-javier-milei-fez-86-dos-investidores-perderem-dinheiro-rens/