Maduro aumenta repressão na Venezuela em véspera de nova eleição

Todo ditador tem medo de vozes divergentes, e a perseguição na Venezuela só tem aumentado já que haverá uma eleição presidencial neste mês de julho.

Sabemos que a Venezuela vive sob uma das piores ditaduras violentas da atualidade, milhares de pessoas já foram presas ou mortas. Além disso, milhões de Venezuelanos fugiram do país nos últimos anos, arriscando suas vidas. O ditador Nicolás Maduro não dá espaço para dissidências, e inúmeros órgãos e entidades de direitos humanos, como a Unicef e Organização dos Estados Americanos, já repudiaram as diversas violações ocorridas sob o regime do ditador comunista.

Lá, a democracia, tão aclamada pela esquerda política e por ministros brasileiros que não citaremos nominalmente, é inexistente. A realização de eleições presidenciais ocorre, porém todos duvidam da transparência e justiça do processo eleitoral sob um regime de exceção. Volker Turk, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, divulgou em 3 de julho um relatório que revela um considerável aumento de repressão no país.

Em janeiro Turk esteve na Venezuela acompanhando de perto a situação do país. Pouco depois, o ditador Maduro determinou a expulsão dos funcionários do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos do país. O ditador socialista alega que essa instituição estava interferindo em assuntos internos, uma baita desculpa para impedir qualquer tipo de fiscalização sobre a repressão interna. No entanto, no mês de abril, o governo venezuelano fez um convite para que o escritório fosse reaberto.

Entre os relatos de Turk, que ele leu em Genebra, o comissário da ONU apontou a falta de alimentos, a precariedade dos serviços de saúde e a falta de escolas e boas condições para os estudantes venezuelanos, além de denunciar a repressão instaurada por Maduro. O comissário fez várias denúncias, alegando que pessoas inocentes foram detidas e não estão tendo acesso ao devido processo legal. Ele também falou sobre o aumento de ameaças, agressões e assédios contra jornalistas, sindicalistas, além de outras vozes críticas ao regime, citando também os 38 casos de detenções arbitrárias.

O comissário da ONU lembrou dos fechamentos e bloqueios de rádios e sites pela ditadura chavista, mencionou os novos projetos de lei que implicam sobre as organizações não governamentais e o suposto “combate ao fascismo” no país. Turk alega que as definições de “fascismo” feitas por Maduro são amplas e servem para enquadrar qualquer tipo de opositor do regime nesse rótulo pejorativo – nada diferente do que a esquerda brasileira sempre fez. O comissário fez um importante pedido para que o governo de Maduro respeite o Acordo de Barbados, assinado em 2023 com a oposição para eleições livres e transparentes a serem feitas neste ano na Venezuela.

No final de junho deste ano, Nicolás Maduro, que tem sido um dos mais sádicos e violentos ditadores do ocidente teve a coragem de atacar o presidente Javier Milei, que tem tido mérito em melhorar a economia argentina. O ditador chavista chamou Milei de “sociopata sádico”, algo que sabemos ser a principal característica dele mesmo. O venezuelano ainda disse sobre o libertário, em suas palavras, “Ele é alguém que gosta de causar sofrimento e se diverte vendo os outros sofrerem”. Maduro ainda disse que os resultados positivos sobre a economia da Argentina não passam de mentiras, e que Milei só fica se divertindo e passando seu tempo com viagens pelo mundo. Talvez seja pura inveja do ditador venezuelano, já que ele sabe bem que não é bem-vindo em muitos países que ele gostaria de estar, e que ele nunca trouxe resultados positivos à Venezuela.

Em seu discurso hipócrita, Maduro questionou: "Vocês querem um Milei para a Venezuela? Destruindo a indústria, a agroindústria, o setor exportador, o sistema bancário, o peso argentino, a moeda, o Estado, a identidade". A única coisa que o ditador acertou é que Milei está desmantelando o Estado, ou seja, removendo as garras parasitárias e exploradoras do aparato estatal argentino sobre o povo daquele país – por isso ele é aprovado pela maioria da população de lá.

A censura e perseguição na Venezuela são tão intensas que nos últimos meses o governo chavista silenciou inúmeras vozes contrárias às políticas do regime, chegando a prender membros da campanha da oposição. Além disso, Maduro redigiu um documento que obriga os candidatos das eleições de julho a aceitarem os resultados divulgados pelo órgão chavista que organizará o pleito. Isso mostra como tudo é controlado pela ditadura comunista com mãos de ferro: um órgão partidário de Maduro irá organizar todo o processo eleitoral, sem permitir que os resultados sejam questionados ou que haja transparência na apuração dos votos. Infelizmente, não estamos muito diferentes deles.

É evidente que, se o ditador socialista fosse bem visto e apoiado pelo povo, especialmente pelos mais pobres, ele não teria tanto medo dos adversários políticos. Uma pesquisa recente revelou que cerca de 66% dos eleitores venezuelanos desejam um novo governo. Esses dados são resultado de uma pesquisa da consultora ClearPath Strategies, divulgada em 24 de junho pelo portal argentino Infobae. A pesquisa, realizada entre 23 de maio e 5 de junho, entrevistou cerca de 1,5 mil eleitores venezuelanos, mostrando que 67% dos eleitores registrados pretendem votar em julho.

Edmundo González Urrutia, do partido Plataforma Unitária Democrática (PUD), conta com o apoio favorável de 54% dos eleitores, enquanto o ditador Maduro possui apenas 35%. Contudo, é justo questionar esse número, dado que ele tem causado danos à vida e à liberdade dos venezuelanos há anos. Maduro tornou a candidata María Corina inelegível, substituindo-a por González Urrutia, e especula-se que ele deva conquistar 94% dos votos daqueles que se opõem ao ditador socialista, conforme indicado pela pesquisa. A maioria dos entrevistados na pesquisa afirmou que somente com a participação de González Urrutia o pleito eleitoral poderá ser considerado legítimo.

Maduro sabe que não possui apoio popular genuíno e que se sustenta apenas pela força, assédio e censura contra aqueles que questionam seu poder. Tanto é verdade que, no mês passado, em junho, o ditador venezuelano acusou os dois candidatos presidenciais adversários, González Urrutia e Enrique Márquez, de tentarem aplicar um golpe de Estado – uma tática típica para criminalizar a dissidência. E qual o motivo do golpe alegado por Maduro? Simplesmente porque eles se recusaram a assinar um acordo com o governo venezuelano reconhecendo os resultados do pleito.

Durante um comício em Maturín, o ditador chavista questionou: "Por que vocês acham que não assinaram o acordo para respeitar o Conselho Nacional Eleitoral e os resultados? Porque pretendem denunciar fraude, porque pretendem iniciar protestos violentos e um golpe de Estado".

González Urrutia explicou que não foi convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral para assinar o documento, enquanto Enrique Márquez afirmou que não o assinou por considerá-lo, em suas palavras, "ilegal, unilateral, sem consulta e inútil". Por outro lado, o acordo proposto pelo PSUV, o partido do chavismo, redigido e defendido pelo próprio Maduro, foi assinado por oito dos dez candidatos, incluindo o ditador do país.

De acordo com o site Efecto Cocuyo, o documento apresenta nove pontos e ele exige que os governos de todos os países respeitem a soberania nacional da Venezuela e também o fim das sanções internacionais, além do respeito aos resultados das eleições. Além disso o documento inclui o reconhecimento do Conselho Nacional Eleitoral como única autoridade legítima para organizar e supervisionar o processo eleitoral, o compromisso com o cumprimento das garantias eleitorais e a oposição ao que é denominado “atos de violência e desestabilização”. O problema todo é quando uma organização associada a uma ditadura tem o monopólio de supervisionar o processo eleitoral, impedindo que outras entidades e grupos possam participar dessa supervisão. Essa restrição só traz suspeitas de fraude e corrupção já que ela impede a total transparência do processo eleitoral. Ninguém confia em Maduro e nas entidades e associações de seu governo que durante anos tem oprimido inocentes e censurado a imprensa.

Enfim, deu para entender o modus operandi da esquerda política e é bem perceptível que, para eles, democracia é só quando eles ganham e tem controle total sobre a sociedade, incluindo aí até mesmo a contagem de votos. É contra isso que precisamos nos opor e nos preparar para enfrentar, à medida que o PT tentar lançar novas políticas autoritárias sobre a sociedade brasileira. Não é preciso ser anti-comunista para saber dos perigos e da tragédia que é o governo de Nicolás Maduro e como ele apenas aprisiona e empobrece milhões de venezuelanos que, se pudessem fugir daquela prisão, já o teriam feito. A verdadeira soberania não é nacional ou estatal, é individual; é quando cada ser humano tem o seu direito à vida, liberdade e propriedade privada respeitados.

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/onu-relatorio-aumento-repressao-venezuela-eleicao/
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/maduro-que-reprime-opositores-na-venezuela-chama-milei-de-sociopata-sadico/?ref=veja-tambem
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/maduro-acusa-oposicao-de-tentar-golpe-para-assumir-governo-na-venezuela/?ref=veja-tambem
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/66-dos-eleitores-venezuela-querem-uma-nova-direcao-para-o-pais-aponta-pesquisa/?ref=veja-tambem