Conforme a economia cubana se deteriora, mais desvalorizada fica sua moeda frente ao dólar.
A questão monetária é, atualmente, um dos maiores problemas da economia cubana - e isso porque estamos falando sobre um país que, do ponto de vista econômico, é um completo desastre. Embora Cuba tenha sua própria moeda oficial - o peso cubano, ou CUP -, a verdade é que a maior parte da economia do país gira com o uso do dólar como moeda corrente. Na prática, ou os cidadãos usam a moeda americana para tudo; ou, pelo menos, levam em conta o seu valor para negociar em pesos cubanos.
A cotação oficial do dólar é uma grande piada. Segundo o que foi estabelecido pela ditadura cubana, 1 dólar compra 24 pesos cubanos. Difícil mesmo é achar alguém disposto a vender as verdinhas americanas por esse valor! A cotação de verdade - aquela que funciona no dia-a-dia, para os meros mortais - é determinada pelo chamado “mercado paralelo”. Na verdade, é esse mercado que ainda mantém algum grau de sanidade econômica na ilha caribenha, e que evitou que o país colapsasse por completo, décadas atrás.
E o fato é que, nesse mercado paralelo, o dólar atingiu sua maior cotação nos últimos tempos: uma assustadora marca de 300 pesos cubanos. Esse valor foi mensurado pelo índice “El Toque” - muito criticado pelo governo cubano por, supostamente, promover a “especulação”. Esse índice analisa cerca de 2 mil anúncios de compra e venda, diariamente, em diversos sites cubanos, para estabelecer a cotação média praticada no mercado paralelo. Atualmente, esses são os dados mais realistas disponíveis a respeito da economia cubana, sendo usado até mesmo por economistas para avaliar a situação da ilha caribenha.
Mas, afinal de contas, o que causou todo esse aumento na cotação paralela do dólar, que estava em 265 pesos cubanos, no fim do ano passado? Bem, esse fenômeno é explicado pela divulgação, por parte do governo comunista, de alguns planos econômicos que, supostamente, têm o objetivo de tirar o país do buraco em que se encontra. Dentre as principais medidas divulgadas pelo governo cubano está a desvalorização da cotação da moeda oficial do país - então, o mercado estaria, apenas, precificando essa correção.
Outro fator que certamente impactou bastante no aumento das cotações do dólar é a previsão do aumento em diversos preços tabelados - com especial destaque para os combustíveis, que poderão ficar até 4 vezes mais caros. Nós já falamos sobre esse tema no vídeo: “Preço dos combustíveis em CUBA vai subir 500%: esse é o preço do COMUNISMO” - link na descrição. Também nesse caso, a mudança nas cotações seria, apenas, uma reação do mercado paralelo à possibilidade de aumento generalizado nos preços.
A verdade é que o governo cubano tenta, sem sucesso, unificar as cotações da moeda - e isso há bastante tempo. Na prática, o país caribenho tem 2 moedas correntes - sendo que o dólar é muito mais desejado do que o peso cubano. Isso, obviamente, não é nada interessante para o governo comunista. Por isso, em 2021, os comunistas lançaram a chamada “Tarefa de Ordenação”, que visava criar uma cotação única no país. É claro que esse projeto falhou, miseravelmente - uma vez que, até hoje, a cotação oficial do dólar é uma grande piada.
De fato, as verdinhas norte-americanas circulam com grande velocidade na ilha caribenha, sendo que seu mercado é bastante desenvolvido por lá - ainda que seja majoritariamente informal. As casas de câmbio oficiais restringem a disponibilidade de dólares para os cidadãos cubanos - 100 unidades da moeda por dia, no máximo, para cada pessoa, se houver dinheiro para isso. Só que, no mercado paralelo, e com cotações mais realistas, a coisa funciona muito bem, obrigado.
A verdade, contudo, é que a questão da cotação do dólar em relação ao peso cubano é apenas uma das facetas do grave problema econômico que a ilha-prisão enfrenta, na atualidade. De forma geral, não é um exagero afirmar que Cuba caminha a passos largos para um colapso. Dados oficiais do governo comunista afirmam que o PIB do país encolheu 2% no ano passado, enquanto que a inflação pode ter atingido a marca dos 30%. É claro que esses números são completamente mentirosos - trata-se de propaganda comunista descarada. Os observadores estrangeiros desconsideram totalmente esses dados, afirmando que a situação, por lá, deve ser ainda pior.
Nos últimos anos, Cuba tem tentado seguir os passos da China, buscando se reinventar, do ponto de vista econômico. Algumas medidas de liberdade de mercado chegaram a ser adotadas, mas a coisa toda foi muito tímida. De forma geral, a ideia era modernizar o regime cubano, cortando os laços com o passado nada glorioso da ilha caribenha. Pense, por exemplo, nas decisões tomadas pelos comunistas, a respeito dos principais cargos do país: o de presidente e o de ministro da Economia.
O presidente cubano anterior, Raul Castro, já beirava os 90 anos quando finalmente deixou o cargo, em 2018. Seu ministro da Economia, por sua vez, estava na flor da idade - com seus nada modestos 82 anos. Portanto, os comunistas tentaram renovar a política com 2 nomes bem mais jovens: Miguel Díaz-Canel, como presidente, e Alejandro Gil, no comando da Economia. Ambos tinham menos de 60 anos e não participaram da revolução de 1959. A ideia, portanto, era dar mais fôlego para o regime cubano, sob a liderança de mentes mais “renovadas” - por falta de um adjetivo melhor.
O fato é que, decorridos poucos anos dessa escolha, Cuba continua patinando nos mesmos problemas. A verdade é que a tragédia cubana não é um problema etário: a culpa, mais uma vez, é do comunismo. Como bem sabemos, essa ideologia maléfica está fadada ao fracasso, onde quer que seja implementada. E não importa se os líderes do país são jovens ou velhos; os problemas do cálculo econômico continuarão onipresentes. Agora, Cuba terá um novo ministro da Economia para substituir o já demitido Alejandro Gil. E daí? O novo nome apontado pelos comunistas, Joaquín Alonso, ex-presidente do Banco Central do país, não será capaz de resolver a crise, porque a raiz do problema continua lá, firme e forte.
O governo cubano tem uma grande bomba nas mãos. E não há solução no curto prazo que garanta a manutenção do atual regime, com algum grau de desenvolvimento econômico. O déficit fiscal é crescente, a inflação é galopante e a economia do país não se recuperou totalmente da pandemia. Para manter a viabilidade econômica do país, o governo precisaria cortar os subsídios que ainda mantêm os preços controlados. Só que isso, obviamente, faria com que os preços subissem até a estratosfera. E poucas coisas são capazes de gerar uma reação popular tão forte a ponto de enfraquecer um regime comunista quanto a escalada de preços.
É claro que o atual governo cubano, extremamente combalido, não quer pagar o preço dessa correção econômica. No atual cenário, é pouco provável que o presidente Díaz-Canel, que está longe de ter o apelo popular de Fidel Castro, conseguisse se manter firme em meio a uma parcial liberação econômica, com todos os desafios imediatos que isso traz. O mais provável, de fato, é que o governo cubano dobre a aposta, investindo ainda mais em controle estatal, planejamento centralizado e subsídios, com a finalidade de disfarçar a inevitável tragédia que se abate sobre o país.
Acontece que a única solução real para o problema cubano passa, justamente, pelo fim do comunismo - a ideologia que causou essa bagunça toda, em primeiro lugar. Porém, ainda que isso fosse possível, no curto prazo, a melhoria da situação econômica em Cuba não seria imediata, e o período de transição não seria nada fácil. É como se diz: a economia do país iria piorar muito, antes de começar a melhorar. Basta ver o que está acontecendo na Argentina, neste momento, com as medidas de redução da máquina estatal e de liberdade econômica, adotadas por Javier Milei. E olha que a Argentina sequer tinha um problema tão grande quanto a crise que devora a economia cubana!
O remédio para Cuba é amargo, mas é necessário. Só que, infelizmente, os comunistas não querem largar o osso - ainda que a ilha-prisão inteira vá à falência, nesse meio tempo. Como bem sabemos, não há futuro de verdade para Cuba sem que haja liberdade econômica. Só que, enquanto os amigos ditadores do Lula continuarem governando Cuba, a coisa não vai mudar - isso não está no radar dos comunistas, definitivamente. Como nós, aqui no Brasil, não podemos fazer nada pelos pobres dos cubanos, vamos continuar, apenas, torcendo para que o Brasil, nos próximos anos, não siga o mesmo caminho que levou Cuba à atual tragédia econômica.
https://horizontecubano.law.columbia.edu/news/la-tarea-ordenamiento-y-las-distorsiones-cambiarias
“Preço dos combustíveis em CUBA vai subir 500%: esse é o preço do COMUNISMO”
https://www.youtube.com/watch?v=IxoYnvEsUyM&pp=ygUXdmlzw6NvIGxpYmVydMOhcmlhIGN1YmE%3D