Filme FURIOSA fracassa nas bilheterias e corre risco de DAR PREJUÍZO: a lacração falhou?

Embora tenha sido cercado de expectativas, e mesmo com as críticas positivas, “Furiosa: uma saga Mad Max” fracassou miseravelmente nas bilheterias dos cinemas. Mas, por quê?

Os executivos da Warner, sem dúvidas, estão bastante FURIOSOS com a fraca repercussão de seu último lançamento nos cinemas, com o perdão do trocadilho. O filme “Furiosa: uma saga Mad Max”, bastante aguardado pelos cinéfilos, finalmente chegou aos cinemas, e já se tornou uma bomba nuclear, em matéria de bilheteria. Dizer que o filme vai mal nas salas de cinema é um eufemismo. “Furiosa”, na verdade, é um dos maiores fracassos dos últimos tempos.

O filme em questão foi lançado no chamado Memorial Day, feriado que relembra os militares norte-americanos mortos em combate. Por sempre ser celebrado na última segunda-feira de maio, o Memorial Day é um feriado prolongado. Ou seja, trata-se de um momento muito propício para fazer lançamentos promissores no cinema. Contudo, o fiasco de “Furiosa” nessa data foi brutal: foram arrecadados meros 26 milhões de dólares, no fim de semana de estreia.

Sim, isso é uma grana para mim e para você. Entretanto, isso não é nada para uma obra que custou 160 milhões de dólares para ser produzida. Aliás, o filme quase perdeu o primeiro lugar nos cinemas desse final de semana para “Garfield, Fora de Casa”, filme do qual você, provavelmente, nem ouvira falar. Na verdade, estamos falando daquele que já é considerado o pior Memorial Day para os cinemas norte-americanos nas últimas três décadas! E a tendência de fracasso continua para “Furiosa”. No final de semana seguinte, a bilheteria arrecadou menos de 11 milhões de dólares, uma queda vertiginosa, para um número que já era muito ruim.

Isso soa até estranho, porque, segundo a crítica especializada, “Furiosa” é mesmo um ótimo filme. É claro que essa afirmação vem sempre acompanhada de uma ressalva: é bom, mas não tão bom quanto seu antecessor, o Mad Max de 2015. Só que, ainda assim, o filme valeria um pulinho ao cinema, com tudo o que vem junto desse gasto, como: estacionamento, pipoca, refrigerante e, talvez, uma pizza com a patroa depois da sessão.

Aliás, parece que, nos últimos dias, surgiu uma verdadeira onda de influencers de cinema incentivando as pessoas a darem uma chance para esse “filme maravilhoso” nos cinemas. Uma curiosa coincidência que lembra muito o caso do filme “As Marvels”. Nós também já tratamos desse flop cinematográfico aqui no canal, no vídeo: “AS MARVELS fracassa em BILHETERIAS em sua estreia”. O link está na descrição deste vídeo. Mesmo com todo o esforço dos influencers, o trio da Marvel amargou um tremendo prejuízo. Será que, com “Furiosa”, a coisa vai ser diferente? As próximas semanas nos dirão.

De forma geral, os especialistas em cinema já tentam identificar os motivos que levaram a esse fracasso. Em primeiro lugar, entra o fator “expectativa”. O público meio que esperava que “Furiosa” repetisse o sucesso de “Mad Max: a Estrada da Fúria”, afinal, Furiosa conta a história antes dele. Vamos lá: o filme de 2015 é épico! Um dos melhores deste século, com qualidade inegável. Algo praticamente incontroverso. Mas é preciso frisar que esse longa não foi exatamente um sucesso de bilheteria, sendo apenas a 21ª maior bilheteria daquele ano. Mad Max custou quase 200 milhões e faturou 380 milhões de dólares. Como geralmente os estúdios trabalham com a expectativa de faturar o dobro do custo da obra, então o filme ficou no limiar entre sucesso e fracasso.

Então, não havia motivos para esperar que Furiosa fosse um blockbuster de primeiro nível. Só que ainda há outro ponto a ser considerado: o período do fecha tudo. Em 2015, quando da estreia de Mad Max, a situação era bem diferente: os filmes estavam bombando, e os cinemas estavam lotados. Depois da Era do Micróbio Chinês, contudo, a situação mudou drasticamente. Os serviços de streaming cresceram, e filmes que teriam tudo para ser grandes sucessos, em outros tempos, fracassaram miseravelmente.

Portanto, a comparação entre os dois filmes não é necessariamente justa. Mas a expectativa estava ligada também à qualidade da ação em tela, por conta do histórico da franquia. Só que o trailer de Furiosa decepcionou os fãs. O que se viu foi muito CGI de qualidade questionável e atuações esquisitas, fazendo muita gente torcer o nariz para o filme. Ainda assim, a crítica jura, de pé junto, que isso não interfere na qualidade do filme. Ok, acreditemos nisso.

Há também o argumento da lacração, coisa que, geralmente, espanta o público dos cinemas. “Furiosa” parece ser ainda mais feminista que “A Estrada da Fúria”, filme que ainda parecia disfarçar suas reais intenções lacradoras. Agora, não tem disfarce: a coisa é descarada mesmo. Como o foco está na personagem que dá título à obra, sem ter um Max para carregar o filme nas costas, parece que o público não investiu muito na experiência.

Seria um fenômeno semelhante àquele que acometeu outros fracassos recentes, como “As Marvels” já citado, o filme da “Arlequina” e também “Madame Teia”, todos lixos progressistas e fiascos de bilheteria. Como sempre se diz, nesse caso, a repulsa pela temática impediu o público de apreciar as qualidades artísticas dessas obras.

Você certamente percebeu haver um padrão em todos esses argumentos, não é mesmo? Parece que todas as justificativas partem do mesmo fundamento: o espectador sempre toma decisões estúpidas. O público insiste em comparar o filme atual com seu antecessor, ou é preguiçoso demais para ir ao cinema, ou é reacionário demais para aceitar filmes protagonizados por mulheres. É uma típica mentalidade estatista: o problema não está no produto ou em seu criador, mas no consumidor, que não sabe apreciar a beleza e o valor do que lhe é oferecido.

Hollywood tem agido dessa forma há um bom tempo. Com os diretores se preocupando mais em dar entrevistas justificando seus fracassos, do que fazendo filmes que as pessoas queiram assistir. Só que, como tudo o mais no mercado, o esperneio faz pouca ou nenhuma diferença. O que manda mesmo é a grana entrando. Pouco importa se o espectador não consegue perceber a maravilha que “Furiosa” é; os realizadores deste filme vão amargar os prejuízos de qualquer forma.

Na verdade, o que falta a Hollywood, há um bom tempo, é entender o que o público realmente quer consumir. Ok, alguém pode dizer que cinema é arte, embora sua qualidade seja, muitas vezes, mais do que questionável. Ainda assim, o fato é que, se um estúdio não tem lucro com seus filmes, ele quebrará, por mais lindas que essas obras sejam. É exatamente isso o que acontece com qualquer produto no mercado, diga-se de passagem. O que garante sua sustentabilidade não é seu suposto valor intrínseco, mas o valor subjetivo dado pelos consumidores.

Produzir um filme, nos padrões de Hollywood, é um investimento muito caro. Ou o realizador dispõe de um mecenas, que esteja disposto a queimar dinheiro para ver o filme ser produzido, ou então o filme terá que dar lucro, para não fechar as portas dos estúdios. Trata-se, basicamente, do mercado funcionando da forma mais simples, intuitiva e inevitável possível.

Por outro lado, diversos realizadores parecem ter compreendido melhor que os figurões da indústria como agradar os consumidores. É o caso, por exemplo, do filme Sound of Freedom, odiado pela crítica especializada, mas que faturou alto nos cinemas, mesmo tendo custado uma merreca. Nós, inclusive, falamos desse tema, no vídeo: “SOM DA LIBERDADE derruba INDIANA JONES e bate RECORDE de BILHETERIA”, o link está na descrição.

É assim que o mercado funciona, pelo menos, quando não há uma Ancine obrigando todo mundo a pagar pelas porcarias feitas por diretores brasileiros. Não há indústria consolidada, não há tubarão do setor que resista à implacabilidade do mercado. Assim como grandes empresas foram desbancadas por novatos, assim como a TV vem sendo desbancada pelo YouTube, também os grandes estúdios de Hollywood parecem cada vez mais errar a mão, enquanto produtores independentes trilham seu próprio caminho para o sucesso.

Não é possível determinar com certeza o que levou o filme “Furiosa” a fracassar nas bilheterias. Aliás, pode ser que o filme se recupere posteriormente. Nada é impossível, se tratando do mercado. Talvez, o setor esteja saturado; talvez, essa franquia não seja assim tão promissora, ou não tenha um público tão consolidado quanto se esperava. Provavelmente, as pessoas realmente não queiram ver protagonistas do sexo feminino, inclusive as mulheres que vão ao cinema. Ou pode ser que, simplesmente, os blockbusters estejam com seus dias contados.

Nós não temos a pretensão de tentar entender o mercado cinematográfico, coisa que nem os figurões de Hollywood parecem conseguir fazer. O que podemos afirmar, é aquilo que o libertarianismo e a Escola Austríaca de economia nos ensinam: numa sociedade livre, quem manda no mercado é o consumidor. A vontade dele é soberana, porque o voto mais importante, com o dinheiro, é exercido por esse sujeito. Talvez, o consumidor não tenha um gosto tão refinado assim para apreciar as maravilhas que Hollywood produz. Mas quem se importa com isso? Mais do que em qualquer outro lugar, é no livre mercado que o cliente sempre tem razão.

Referências:

https://ovicio.com.br/furiosa-tem-grande-queda-nos-eua-e-consolida-fracasso-de-bilheteria/

https://en.wikipedia.org/wiki/Mad_Max:_Fury_Road

AS MARVELS fracassa em BILHETERIAS em sua estreia:
https://www.youtube.com/watch?v=_YkMruh0SNM

SOM DA LIBERDADE derruba INDIANA JONES e bate RECORDE de BILHETERIA:
https://www.youtube.com/watch?v=9cvOX14REJ8