Representantes de estados do Nordeste se reuniram na sede da Compesa para debater soluções da estiagem que castiga o sertão.
Desde a introdução do rádio, o povo brasileiro passou a ouvir inúmeras histórias sobre a seca que assola o sertão nordestino do nosso país. A narrativa é recorrente ao longo dos anos, repleta de tristeza e negligência por parte do estado. Atualmente, nos deparamos com mais uma notícia, como se o desafio enfrentado pelo sertão fosse algo inédito. Vamos explorar um pouco mais sobre essa região que, periodicamente, sofre com a seca e, em decorrência disso, é explorada pela classe política.
O sertão nordestino, também conhecido simplesmente como sertão, constitui uma das quatro sub-regiões da região nordeste, sendo a maior delas em termos de área territorial. Estende-se pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Ao contrário de outros semidesertos no mundo, essa região não faz fronteira com um grande deserto, mas sim com zonas úmidas. Isso explica suas características biomáticas singulares e sua demografia atípica. A região compreende áreas dominadas pelo clima tropical semiárido, caracterizado por temperaturas médias elevadas, oscilando entre 25ºC e 30°C, podendo ultrapassar os 42ºC nos dias mais quentes.
Entre o final do século XVI e o início do século XVII, devido ao aumento da criação de gado e das plantações de cana-de-açúcar na zona da mata, grupos de portugueses e mamelucos a se deslocaram do litoral nordestino para o sertão. O intuito desse deslocamento era o de eliminar a concorrência e monopolizar esse mercado. Na época, a coroa portuguesa pouco fez para impedir, já que esses grandes produtores eram beneficiários da monarquia. Essa situação lembra algo que ocorre atualmente?
Entre 1877 e 1879, o sertão foi afetado pela mais grave seca de sua história, a Grande Seca, cuja região mais atingida foi o Ceará. Esse fenômeno foi o mais devastador da história do Brasil em termos de seca, sendo responsável pela morte de entre 400 mil e 500 mil pessoas. O escritor Rodolfo Teófilo, horrorizado com o que testemunhou, escreveu: “A peste e a fome matam mais de quatrocentos por dia”.
Desde a década de 1840, mais precisamente desde a seca de 1844, a ideia de transposição das águas do Rio São Francisco já era considerada a única solução para a seca no Nordeste. É importante destacar que a ideia original dessa transposição não partiu do governo Lula. Atualmente, mesmo com a transposição do Rio São Francisco, a população do sertão ainda enfrenta a seca.
O período de seca nessa região ocorre de forma periódica. Entre os principais fatores desencadeadores desse período, o fenômeno El Niño, consiste no aquecimento do oceano Pacífico, e o processo de desertificação que ocorre na região.
A desertificação é um fenômeno relacionado à diminuição da umidade em solos arenosos, localizados em regiões de clima árido e semiárido, este último referente ao sertão.
Ao analisarmos o marco histórico do sertão nordestino, é possível concluir que, infelizmente, esses ciclos de seca sempre ocorrerão. Devido ao processo de desertificação, o intervalo entre as estiagens tende a diminuir, enquanto o período de seca aumenta. Diante disso, por que o estado não adota uma solução real para o problema? Infelizmente, ciente de que esses episódios trágicos serão recorrentes nessa região, o governo aproveita-se da situação para implementar soluções populistas, como o bolsa família que, na prática, não resolve o cerne da questão.
Atualmente, o problema da seca tem sido amenizado não pelo estado, mas sim pelo desenvolvimento de tecnologias, como a captação de água em grandes profundidades, tratamento e dessalinização da água salobra. Em várias partes do mundo, regiões áridas conseguem desenvolver a agricultura e a agropecuária. Ao longo do tempo, o estado não teve interesse e competência de introduzir tal tecnologia, e não será agora que o fará.
Uma solução definitiva para o povo do sertão pode estar no setor privado. Apesar de todos esses problemas, é uma região com enorme potencial econômico. Graças à tecnologia e ao investimento privado, a região vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Destacam-se produções como uvas no vale do São Francisco, localizado na Bahia, melões no Baixo Assu, no Rio Grande do Norte, rosas na Serra de Ibiapaba, entre outras. A pecuária extensiva, com a criação de gado, também é uma atividade econômica desenvolvida em áreas mais úmidas.
Ao longo dos anos, a mídia tradicional centralizada nunca enfatizou de maneira séria o lado produtivo dessa região nordestina. Hoje, graças à internet e à descentralização da mídia, entendemos o motivo.
Quanto à cultura da região, embora não seja divulgada na grande mídia, o sertão é rico em cultura de poesia popular. Há uma abundância de pessoas com habilidades na arte da rima e na improvisação de versos. Por meio desses repentistas, algumas canções tornaram-se conhecidas nacionalmente. Como exemplo, a música "Mulher nova bonita e carinhosa", interpretada por Amelinha e Zé Ramalho, é de autoria do cantador repentista pernambucano Otacílio Batista. Outro exemplo é a música "A volta da asa branca", de autoria de Zé Dantas, também sertanejo pernambucano da cidade de Carnaíba.
Atualmente, representantes dos governos estaduais que abrangem o Sertão Nordestino estão reunidos em Recife para discutir mais uma vez o atual ciclo de estiagem na região. Segundo o Jornal Diário de Pernambuco, 106 municípios da região já se encontram em situação de emergência. Esse status emergencial permite o uso de dinheiro público sem um processo de licitação, abrindo brechas para ações ilícitas. O presidente da Secretaria de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, afirma que esse número tende a aumentar, em suas palavras: "O quadro de escassez hídrica, demonstrado pelo monitor de seca, está se intensificando, indicando níveis mais acentuados de seca. Efetivamente, isso vai aumentar nos próximos meses."
Conforme o jornal, Almir Cirilo relatou que o Agreste Pernambucano é a área mais afetada do estado. No entanto, a maior preocupação reside no Sertão do estado, que não recebe a mesma quantidade de água. Uma das possíveis soluções é a perfuração de até 800 metros para amenizar os danos da seca, disse Almir Cirilo. Observa-se que o serviço estatal nunca propõe uma solução definitiva para o problema, provavelmente para que, no próximo ciclo de seca, haja mais medidas populistas para discutir. No final da matéria, o Jornal Diário de Pernambuco relata que nem mesmo as medidas de combate à seca foram divulgadas.
Pode ser que a seca na região seja um problema para a população local e para a economia, mas o verdadeiro problema está no governo, que se aproveita da situação para implementar soluções populistas. O objetivo é sempre o de alimentar o sofrimento do povo nordestino e abrir oportunidades para a implementação de meios para roubar o dinheiro do contribuinte. Caso as soluções fossem desenvolvidas pelo setor privado, o problema da seca na região já teria sido resolvido há muitos anos. E um exemplo que podemos trazer aqui, sobre o incentivo positivo de empresários em solucionarem problemas, está no nosso vídeo intitulado “MR BEAST fez mais pelas PESSOAS que o GOVERNO LOCAL”.
Mesmo diante das dificuldades ao longo dos anos, o sertão nordestino vem se desenvolvendo graças à tecnologia e ao investimento privado. Questões como fome, má distribuição de renda, miséria e êxodo rural são persistentes, sobretudo nas cidades do interior. Mas com uma economia tão fechada e burocrática, sendo os estados nordestinos dominados pelos partidos de esquerda, já sabemos de onde vem o problema. No entanto, não serão as políticas sociais desenvolvidas pelo governo que resolverão esses problemas, elas apenas visam criar currais eleitorais e manter as pessoas dependentes. Enfim, este é um breve relato sobre a situação do sertão nordestino, uma região repleta de desafios e explorada popularmente pelo estado.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sert%C3%A3o_nordestino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caatinga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Seca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Desertifica%C3%A7%C3%A3o
https://www.sna.agr.br/viticultura-95-de-toda-a-uva-de-mesa-exportada-pelo-brasil-sai-do-vale-do-sao-francisco/
https://blog.tribunadonorte.com.br/territoriolivre/espanhois-demonstram-interesse-na-producao-de-melao-no-baixo-assu/
https://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2016/09/maior-plantacao-de-rosas-do-brasil-fica-no-ceara-na-serra-de-ibiapaba.html
Visão Libertária - MR BEAST fez mais pelas PESSOAS que o GOVERNO LOCAL:
https://youtu.be/DBw0I7dd40k