Começou o vale tudo na Argentina! Agora, vale qualquer coisa para evitar a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais deste ano.
O superministro da economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou recentemente novas medidas populistas para tentar amenizar o estrago feito pela inflação galopante nas finanças da população. Medidas semelhantes foram adotadas nos últimos meses - na maior parte dos casos, com um evidente interesse eleitoral. Afinal de contas, as eleições presidenciais da Argentina acontecerão no dia 22 de outubro; e as pesquisas não são nada favoráveis ao ministro, sendo ele o candidato governista.
E se você está se perguntando porque ninguém fala mais no atual presidente, o Alberto Fernandez, a resposta é muito simples: ele já é carta fora do baralho. Quem manda no governo, hoje, é o próprio Sergio Massa. Fernandez está com o filme tão queimado, que seu nome sequer foi cogitado para a disputa. Agora, o superministro da economia tem plenos poderes para fazer seu populismo eleitoral, para tentar impedir a vitória do fenômeno Javier Milei.
A respeito do candidato libertário e de suas reais chances nas eleições, recomendamos nosso vídeo: “O que EXPLICA o FENÔMENO argentino chamado JAVIER MILEI” - o link está aqui na descrição.
Voltando às medidas populistas: no dia 12 de setembro, Sergio Massa já havia anunciado uma isenção do imposto de renda para quase todos os trabalhadores argentinos. A faixa de isenção desse imposto subiu para o equivalente a R$ 24 mil, o que faz com que apenas 90 mil argentinos - ou 1% da força de trabalho - continuem obrigados a esse pagamento. É claro que nós, brasileiros, que “desfrutamos” de uma faixa de isenção de R$ 2.640, estamos longe disso. Mas se essa medida é viável ou não para o governo argentino, só o tempo dirá…
Mais recentemente, os hermanos também anunciaram um programa de devolução de parte dos impostos cobrados sobre os itens da cesta básica. Conforme proposto, 21% do que for pago a título de IVA - o imposto sobre valor agregado - vai ser devolvido aos consumidores, com o valor limitado a 18.800 pesos - cerca de R$ 265. A ideia, mais uma vez, é amenizar os impactos da inflação galopante no bolso dos argentinos.
Por fim, o superministro anunciou, nos últimos dias, o sorteio de carros e eletrodomésticos para comerciantes e clientes que realizarem transações comerciais com cartões de débito. A ideia, obviamente, é estimular a formalização do comércio, para que tudo passe pelo crivo do estado. Sorteando brindezinhos para os envolvidos, o governo quer incentivar as pessoas a segurarem a onda na sonegação. Nas palavras de Sergio Massa, essa medida ajudará a evitar que “os comerciantes sejam desonestos”. Pois é.
Em resumo, todas essas medidas populistas demonstram claramente o desespero do governo kirchnerista. Está óbvio, para todos, que esse falido sistema político está perdendo as eleições para um outsider. Afinal de contas, Javier Milei não só aparece na frente em todas as pesquisas divulgadas, como também tem chances de vencer a eleição já no primeiro turno, em alguns levantamentos. Sergio Massa e sua gangue, portanto, sentem que algo precisa ser feito, e com urgência.
A medida mais óbvia a se tomar é esbanjar populismo para tentar ludibriar a população. Isso acontece, com frequência, aqui no Brasil, e em outras republiquetas latinoamericanas. As torneiras dos cofres públicos são abertas, para que programas populistas e assistencialistas sejam oferecidos com generosidade para os trouxas iludidos. Às vezes, o governo até consegue o resultado eleitoral pretendido; mas isso não é uma verdade em todos os casos.
O pior de tudo, porém, é que esse tipo de medida sempre é tomada à revelia da saúde fiscal do país. A Argentina já é um país quebrado, e todo mundo sabe disso. O que Sergio Massa está fazendo, porém, é afundar ainda mais o país, renunciando a receitas fiscais e aumentando as despesas do estado. Sim, imposto é roubo, e quanto menor for a carga tributária, melhor para todos. Porém, essas atitudes estatais representam uma irresponsabilidade fiscal, que vai cobrar seu preço em toda a economia - e a conta vai ser empurrada para o povo argentino, mais cedo ou mais tarde. Não é assim que se reduz a máquina estatal, eficientemente.
A grande verdade, contudo, é que a economia argentina está um caos, e há muito tempo. E com esse cenário, não há nenhum tipo de previsão de melhora da situação no curto prazo - principalmente se a mesma ideologia política se mantiver no poder. É justamente por conta do desapontamento do povo argentino com a situação governamental e com a economia, que Javier Milei, classificado pela extrema-imprensa como “ultralibertário”, tem feito tanto sucesso. O povo argentino está cansado do mais do mesmo; eles querem o diferente.
O kirchnerismo, que governa o país há duas décadas, salvo um breve intervalo, conseguiu arruinar a economia argentina. Atualmente, o país sofre com uma inflação galopante, estimada em 12,4% no mês de agosto. Não, essa não é a taxa de inflação anual - é a taxa de um único mês, e é praticamente 3 vezes maior do que a inflação brasileira anual! Você se lembra quando, nas eleições do ano passado, Bolsonaro previu o cenário no qual a inflação mensal argentina seria equivalente à inflação anual brasileira? Pois é, ele estava certo.
Os hermanos acumulam, nos últimos 12 meses, uma inflação que ultrapassa os 120%. As previsões do próprio governo já dão conta de que essa taxa continuará acima dos três dígitos este ano, e ainda no ano que vem. Isso, na prática, implica dizer que os argentinos perdem metade de seu poder aquisitivo a cada ano. E isso porque estamos considerando números oficiais, que certamente não revelam por completo o tamanho do buraco econômico!
Porém, o kirchenirismo está, mais uma vez, tomando o caminho errado. A melhor atitude teria sido consertar a economia antes, ao longo dos anos, para a situação estar melhor agora, por ocasião das eleições. Só que resolver os problemas dá muito trabalho; é muito mais fácil colocar um band aid na fratura exposta, e torcer para isso durar até o dia das eleições. Só que essa brincadeira populista terá o agravante de piorar ainda mais a situação econômica do país, com os já citados renúncia fiscal e aumento dos gastos estatais. É possível, inclusive, que isso não seja suficiente para garantir a eleição de Sergio Massa no curto prazo; mas certamente, no médio e longo prazos, essa patacoada populista piorará o que já estava muito ruim.
Isso, portanto, nos demonstra, de forma inequívoca, um ponto sempre defendido pelos libertários: o estado é uma máfia criminosa que quer, a todo custo, manter o seu poder. Pare para pensar: por que o governo argentino está fazendo todo esse esforço para se manter no poder? E você ainda pode extrapolar essa pergunta para vários outros casos. Por exemplo: por que os candidatos à presidência da República no Brasil gastam tantos milhões de reais para se eleger?
É de se questionar se o objetivo dessa gente é realmente melhorar o país e fazer o que é bom para a população. Será que o altruísmo dos políticos é tão grande, a ponto de eles se esforçarem tanto assim para assumir o poder? Até que ponto alguém estaria disposto a ir para fazer o bem? O que nos resta deduzir, portanto, é que todo esse esforço político - tanto o do Sergio Massa, quanto o de qualquer outro político - tem um único interesse: controlar a máquina estatal, para continuar roubando o povo.
O governo argentino quer se manter no poder a todo custo; e, para isso, eles conseguem chegar a extremos - como, por exemplo, falir o país nesse processo. Não se trata de interesse genuíno e altruísta; se trata de controlar o poder por tudo o que ele representa. Ou, como diria o personagem O’Brien, do livro 1984: “Queremos apenas o poder em si, o poder pelo poder, poder puro”. Para alcançar esse objetivo, os políticos estão dispostos a fazer o que for necessário.
De qualquer forma, continua sendo muito divertido acompanhar a política argentina, especialmente nestes últimos meses. A ascensão meteórica de Javier Milei deixa a mídia argentina e internacional sem rumo; e mesmo os políticos tradicionais do país estão perdidos em suas estratégias. Não podemos afirmar com certeza qual será o desfecho desse pleito eleitoral, mas as coisas realmente mudaram no país dos hermanos. O que sabemos, isso, sim, é que mais essa brincadeira populista custará muito caro para os argentinos, nos próximos meses e anos.
https://www.youtube.com/watch?v=7dt8PaKL7Nc
https://www.poder360.com.br/internacional/as-vesperas-de-eleicao-argentina-anuncia-aumento-de-isencao-do-ir
https://twitter.com/SergioMassa/status/1702096176583963045
https://www.poder360.com.br/internacional/massa-diz-que-sorteara-carros-e-eletrodomesticos-para-populacao
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/argentina-anuncia-que-sorteara-carros-e-eletrodomesticos-a-populacao/