O QUE AS UNIVERSIDADES ESCONDEM: como intelectuais, mídias e militantes ROMANTIZAM uma ideologia que escravizou nações, matou milhões e criou CAMPOS DE MORTE piores que os nazistas?
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo descobriu o pesadelo dos campos de concentração nazistas — mas há um segredo ainda mais sombrio que permaneceu enterrado por décadas: os Gulags soviéticos. Enquanto os crimes de Hitler eram julgados em Nuremberg, o comunismo de Stalin continuava a escravizar, torturar e exterminar milhões... e o Ocidente fingia não ver. Isso foi um grande choque para a população mundial, numa época em que se acreditava que os europeus, como desenvolvedores de filosofia e religiões complexas, jamais chegariam num ato de desumanidade naquela escala. Por outro lado, como a União Soviética, comandada pelo tirano comunista Josef Stalin, se consagrou como uma das vencedoras da guerra, os comunistas conseguiram manter seus crimes internos ocultados do mundo. A elite soviética praticava todo tipo de censura e perseguição internamente, e eles adotavam os mesmos métodos dos alemães, tendo criado um grande complexo de campos de trabalho forçado, os Gulags.
No final dos anos 90, alguns anos após o desmantelamento do grande império soviético e o fim do muro de Berlim, abriu-se uma nova brecha para pesquisar melhor o que os comunistas fizeram durante décadas. Foi aí que a jornalista e historiadora americana, Anne Applebaum, decidiu fazer uma profunda pesquisa sobre o vasto sistema de campos de concentração que já tinham sido denunciados por Alexander Soljenítsin. Após uma longa pesquisa com base em estudos de biografias e entrevistas de sobreviventes, Anne descobriu coisas chocantes que eram escondidas da comunidade internacional. A escritora lançou a sua grande obra Gulag: uma história dos campos de prisioneiros soviéticos, que foi importante para expor a grande defasagem de conhecimento que havia naquele momento em relação ao sistema punitivo comunista, que gerou milhões de vítimas. Devido ao sucesso de seu livro, muito bem embasado, Anne conseguiu ganhar o prêmio Pulitzer, um dos mais prestigiados prêmios de jornalismo e literatura, concedido pela Universidade de Columbia.
Applebaum ficava intrigada ao ver turistas americanos e europeus comprando relíquias militares soviéticas e bottons de Lênin, e ela sabia que essas pessoas não tinham conhecimento sobre os inúmeros crimes do terror vermelho comunista. Devido a isso, ela foi percebendo que havia uma estrutura cultural específica que carecia de imagens para comunicar e explorar os aspectos da história do comunismo. Mesmo nos anos 90, após longas décadas de opressão e ditadura no Império Soviético, Anne sabia que não se tinham uma grande quantidade de manifestações artísticas ou narrativas disponíveis que pudessem chamar a atenção do povo, quanto à gravidade dos diversos episódios horripilantes envolvendo a ideologia marxista. Infelizmente, em muitas universidades e departamentos de história, mesmo após todo o horror de regimes comunistas durante o século XX, seja na China, Cuba, Coreia do Norte, Vietnã, Rússia ou Camboja, muitos cientistas sociais ignoram essa grande sombra da história moderna.
Antes mesmo de Stalin deter todo o poder em suas mãos e virar o ditador mais temível da União Soviética, os campos de concentração do regime bolchevique começaram a ser implementados por Vladimir Lênin, na década de 20. Algumas estimativas apontam que durante 4 décadas, até chegar em 1961, mais de 17 milhões de pessoas passaram por esses campos, e 1,7 milhões acabaram morrendo. Os russos na época apenas chamavam esses locais de “campos”, mas graças ao livro Arquipélago Gulag de Alexander Soljenítsin, eles ganharam o nome de Arquipélago Gulag, porque Soljenítsin os comparou a um conjunto de ilhas dispersas dentro do território soviético. Essa metáfora representou a vasta rede de prisões, campos de trabalho forçado e exílios espalhados pelo império soviético, que funcionava como uma espécie de sistema paralelo, escondido dos olhos da população comum.
A palavra "Gulag" significa, em português, Administração Principal dos Campos de Trabalho, o órgão estatal responsável pelos campos. Soljenítsin, que passou anos preso nesses campos, mostrou em seu livro Arquipélago Gulag (publicado no Ocidente em 1973) como esses arquipélagos não eram apenas locais isolados de punição, mas uma parte essencial da estrutura do regime soviético, usados para repressão política, trabalho escravo e intimidação.
As vítimas do regime que eram enviadas a essas prisões muitas vezes não tinham nem mesmo o direito de se defender juridicamente, independentemente de terem cometido algum crime ou não. A verdade é que elas não estavam no campo pelo que fizeram, mas por quem eram ou por, de alguma forma, serem úteis para a economia soviética, que, em parte, era baseada no trabalho forçado.
Assim, é irônico saber que a ditadura do proletariado teve como fonte de mão de obra o trabalho escravo para a expansão de suas atividades econômicas, como a mineração.
Mas como funcionava essa máquina de morte?
Muitas pessoas eram enviadas às prisões por motivos torpes, como por contarem piadas sobre as autoridades soviéticas ou por faltarem muito ao trabalho. Tudo levantava suspeita e muitos agentes e colaboradores do regime delataram seus concidadãos, pois eram induzidos a isso pela propaganda do regime. Era muito comum entre os soviéticos a anedota, mas contá-la tinham como punição a cadeia. Há registros de condenação a dez anos de prisão, no ano de 1947, de um cidadão chamado Serguei Popovitch, que foi detido por contar seis piadas consideradas antissoviéticas. Qualquer pessoa poderia ser enviada a qualquer momento para o Gulag, e isso gerava um terror social enorme, já que os crimes que podiam condenar pessoas aos trabalhos forçados eram banais e aleatórios.
A experiência na prisão era humilhante e tinha como objetivo desumanizar os prisioneiros, sejam eles quem fossem, inclusive mulheres e crianças. O objetivo desse processo de desumanização era o de destruir completamente o senso de identidade dos prisioneiros, forçando-os a uma rotina de medo e humilhação. Essas pessoas eram submetidas as jornadas de trabalho extenuante, mesmo em condições extremas como em ambientes gelados, construindo ferrovias, trabalhando em mineração e extração de madeira. Claro que a fome era muito comum, e logo os prisioneiros desnutridos adoeciam e eram descartados por não serem mais produtivos e não conseguirem cumprir a cota de trabalho. Muitos morriam de fome ou doenças como tuberculose e disenteria. Para piorar a situação desses indivíduos sofridos, os guardas eram insensíveis e brutamontes, e muitas vezes torturavam e abusavam dos presos. Por isso, era muito comum a ocorrência de assassinatos e estupros, além de espancamentos, nessas prisões soviéticas.
Em seu livro “Arquipélago Gulag”, Alexander Soljenítsin fala sobre o julgamento e expõe como não havia qualquer resquício de justiça no cruel regime comunista. Nas palavras do proeminente escritor russo, ele revela: “A detenção é isso: o brusco som noturno da campainha ou a brutal pancada na porta; a brava investida dos agentes com as botas sujas; a assustada testemunha que os segue”. Ele foi detido por 8 anos por fazer críticas ao ditador Josef Stalin em cartas privadas enviadas a um amigo do exército.
Os métodos eram tão ilegais que a testemunha poderia ser um vizinho ou familiar que fez a denúncia. Ou simplesmente qualquer cidadão escolhido aleatoriamente para formalizar uma acusação, geralmente julgada às pressas ignorando o direito a defesa.
Soljenítisin relatou em seu livro o seguinte: “Adotou-se uma forma completamente nova: a repressão sem julgamento”. E assim, continua sua explicação, a URSS inventou “o único órgão punitivo da história da humanidade que reuniu nas mesmas mãos a investigação, a detenção, a instrução do processo, a acusação pública, o julgamento e a execução da sentença”.
Segundo o escritor, as detenções noturnas, que eram frequentes, sendo o método mais usado pelas autoridades porque, em suas palavras, “todos os habitantes do apartamento ficam encolhidos pelo terror, desde a primeira pancada na porta”. Além disso, “nem os inquilinos do prédio, nem os transeuntes das ruas da cidade veem quantos foram levados durante a noite”, escreveu. Essas palavras do famoso dissente soviético revelam muito sobre o clima de terror que era viver sob o governo comunista, e como ninguém sabia quando seria a sua vez e o que fez de errado - tudo poderia se tornar crime da noite para o dia.
Agora vamos revelar como era o transporte dos presos, um momento em que eles já começavam a ser desumanizados, privados de alimentação, humilhados e muitos morriam antes de chegar aos Gulags. Naquela época, a forma mais utilizada para enviar os presos até os campos era por meio dos trens de carga, onde os condenados eram obrigados a ficar em vagões escuros, sem assentos ou janelas. O ambiente era assustador e mesmo mães com seus filhos pequenos foram submetidos a tamanha crueldade. Além dos trens de cargas, os caminhões utilizados para transporte de animais eram muito usados.
Mesmo em condições horríveis como o frio russo, a péssima alimentação e sem condições de higiene nos vagões, essas viagens muitas vezes demoravam semanas ou até mesmo um mês, já que os campos ficavam em regiões longínquas. Em alguns casos, as vítimas já desnutridas morriam de frio e doenças, incluindo crianças e bebês. Devido a isso, as famílias dos prisioneiros tinham uma grande dificuldade em descobrir em qual dos campos de concentração estavam seus parentes. E mesmo esses familiares eram perseguidos pelas autoridades, porque eram vistos como suspeitos e potenciais inimigos do regime, tendo famas negativas como a de colaboradores com os supostos traidores da pátria. Era muito usado alguns rótulos pejorativos para demonizar os prisioneiros e seus familiares como “inimigos do povo”, “contrarrevolucionários” e “trotskistas”, sob o governo de Josef Stalin.
E o que acontecia quando essas pessoas finalmente chegavam no destino? Seus poucos bens eram confiscados pelas autoridades, e começava então o processo de desumanização e humilhação dos detentos. Eles eram obrigados a ficarem nus em cubículos, normalmente em locais insalubres sem piso, sendo obrigados a ficarem com os pés apoiados sobre a terra molhada ou coberta por uma camada de gelo. Era o momento em que acontecia a revista, e os prisioneiros logo recebiam uniformas padronizados que iriam desimanizá-los mais ainda. Muitos guardas se aproveitavam desse momento para roubar as roupas de qualidade de alguns detentos.
Logo, esses detentos eram enviados a quartos coletivos instalados dentro dos muitos monastérios abandonados em decorrência da perseguição religiosa durante o governo Bolchevique desde o começo da revolução, ou melhor, golpe comunista. Os banheiros geralmente ficavam em áreas externas, com um buraco no chão para se fazer as necessidades, e geralmente os próprios detentos eram obrigados a limpar os dejetos. Devido às péssimas condições, era comum as infestações de piolhos e o atendimento médico se limitada apenas ao necessário. Várias pessoas chegaram a morrer de tifo, como o famoso poeta Óssip Mandelstám, que tinha sido condenado a cinco anos de trabalhos forçados por escrever um poema satírico se referindo a Josef Stalin.
As pobres refeições do local eram escassas e se limitavam a rações de pão, batata, macarrão e um pouco de carne quando tinham sorte. Mas aqueles que se mostravam mais produtivos no trabalho forçado eram beneficiados. Como revelado no livro Gulag de Anne Applebaum, sob a gestão de Naftaly Frenkel no final da década de 20 e começo da década de 30, foi adotada uma regra para estimular a produtividade, e começaram a fornecer mais alimentos para os que se esforçavam mais.
As pessoas só eram valorizadas, por quanto podiam oferecer ao regime ditatorial em termos de produção. Nos primeiros anos dos Gulags, os detentos eram obrigados a trabalhar em obras de infraestrutura, especialmente a construção de usinas de carvão e ferrovias. No entanto, com a invasão alemã em 1941, no apogeu da Segunda Guerra Mundial, esses prisioneiros foram forçados a trabalhar construindo armas e suprimentos militares em fábricas adaptadas para esse objetivo. Mas durante boa parte do regime stalinista, o principal uso do trabalho escravo estava focado na mineração. Na década de 40, o trabalho forçado respondia por 46,5% do total da extração de níquel, 76% do cobre e 60% do ouro do país, de acordo com um levantamento presente no livro “Socialismo nos Campos de Trabalho: o Gulag no Sistema Totalitário Soviético”.
Em 1938, o procurador Andrei Vyshinsky, descreveu a situação de alguns prisioneiros numa carta direcionada ao então chefe da NKVD daquela época, Nikolai Yezhov: “Alguns prisioneiros estão tão deteriorados ao ponto de perder qualquer semelhança com seres humanos. Na falta de comida, comem até mesmo ratos e cães”. Esse relato é chocante.
Enquanto os Gulags operavam, turistas compravam "bottons de Lênin" e universidades ensinavam o marxismo como filosofia da libertação. Até hoje, acadêmicos romantizam a URSS, enquanto os arquivos revelam a VERDADE: o "paraíso dos trabalhadores" era um INFERNO DE TRABALHO ESCRAVO, sustentado por mentiras.A crueldade do comunismo que se propaga como justa e com a missão de trazer igualdade na Terra, foi uma das piores já presenciadas ao longo da história da humanidade. Os comunistas não perdem para o Terceiro Reich em termos de crime contra a humanidade, e essa história precisa ser exposta e explorada cada vez mais.
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