Mais uma vez uma pessoa de direita é atacada. Assim como aconteceu com Trump em sua campanha eleitoral e também com Bolsonaro em 2018, Charlie Kirk sofreu um ataque por defender ideias que a esquerda não suporta. E ainda dizem que ele é o extremista.
Na noite de 10 de setembro de 2025, os Estados Unidos presenciaram mais um daqueles episódios que, infelizmente, já não surpreendem tanto quanto deveriam, mas que ainda assim deixam uma marca indelével no debate público. Charlie Kirk, ativista conservador de apenas 31 anos, fundador da Turning Point USA, autor de livros e presença constante nas universidades norte-americanas, foi baleado enquanto discursava diante de milhares de jovens na Utah Valley University. O tiro, disparado de um prédio vizinho, atingiu o pescoço do palestrante, interrompendo não apenas a sua fala, mas também a esperança de que o confronto de ideias ainda tivesse espaço em um mundo cada vez mais dominado pelo ressentimento ideológico e pela violência política.
O detalhe trágico — e que, em qualquer narrativa cinematográfica, seria considerado exagero pela coincidência — é que, segundos antes de ser atingido, Kirk respondia justamente a uma pergunta sobre violência armada nos Estados Unidos, e falava a respeito dos casos de atiradores transgêneros. “Você sabe quantos tiroteios em massa ocorreram nos últimos dez anos?”, questionava um estudante. O ativista se preparava para responder quando a bala atravessou o espaço, lembrando a todos que, mais do que estatísticas, a violência política contemporânea tem rostos, nomes e vítimas. E, neste caso, a vítima era um dos nomes mais odiados pela esquerda norte-americana.
É curioso observar como a cena ecoa outras tragédias recentes. Em 2018, no Brasil, Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, foi esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora. O atentado quase lhe tirou a vida, mas acabou por catapultá-lo ainda mais para o centro do debate público, consolidando-o como a grande figura de oposição à hegemonia esquerdista. Alguns anos mais tarde, Donald Trump, em plena campanha de reeleição, também foi alvo de tiros disparados durante um comício, chegando a ser atingido de raspão na orelha. E agora, em 2025, é a vez de Charlie Kirk, o jovem que incomodava justamente por estar ganhando no campo em que a esquerda se considerava invencível: o das universidades e da comunicação, através das redes sociais.
Existe um padrão, e ignorá-lo é fazer de conta que vivemos em um mundo onde tudo é mero acaso. Bolsonaro, Trump e Kirk têm em comum o fato de representarem uma direita que fala com as massas, que consegue furar o bloqueio da mídia tradicional, que conquista corações e mentes não pela força estatal ou pela manipulação burocrática, mas simplesmente pela capacidade de mobilizar pessoas em torno de ideias — certas ou erradas, mas ideias que competem no livre mercado da argumentação. E quando esse mercado não favorece a esquerda, quando a hegemonia construída ao longo de décadas começa a ser contestada, o recurso que lhes resta, invariavelmente, é o da violência.
Afinal de contas, a esquerda adora discursar contra o chamado “discurso de ódio”. Vive repetindo, em jornais, televisões e redes sociais, que precisamos conter a retórica agressiva da direita, que é necessário impor limites à liberdade de expressão para “proteger a democracia”. Mas, no momento em que um jovem ativista como Charlie Kirk ousa desafiar o monopólio intelectual progressista, eles não hesitam em carimbá-lo com rótulos carregados de ódio: “extrema-direita”, “supremacista branco”, “inimigo da democracia”. É interessante notar que, ao fazerem isso, criam exatamente o terreno psicológico para que um militante mais radicalizado, alguém incapaz de lidar com a derrota no campo das ideias, sinta-se moralmente justificado a puxar o gatilho.
Sobre Kirk, a mídia brasileira noticiou o atentado contra sua vida da maneira mais suja e repugnante que se poderia imaginar. O G1 estampou a manchete “Charlie Kirk, ativista da extrema direita, é baleado em universidade dos EUA”. Nikolas Ferreira e diversas outras pessoas repercutiram os prints da manchete absurda, que chama Kirk de extremista, enquanto um “moderado” atira em seu pescoço. Mas a mídia é tão covarde e mentirosa, que logo que sentiu o cheiro da revolta da população, foi correndo mudar as manchetes e trocar os termos “extrema direita” por “apoiador de trump”. Em uníssono, todos os jornais fizeram isso, fazendo parecer até que são controlados por alguma entidade central…
Ou seja: o discurso de ódio, que dizem combater, é praticado por eles próprios, travestido de jornalismo responsável e de análise política sofisticada. A imprensa americana, assim como a brasileira, não tardou em noticiar o caso de Kirk destacando, antes de qualquer outra coisa, que ele era uma figura “da extrema-direita trumpista”. Ora, pergunto: que diferença faz essa classificação para o fato objetivo de que ele foi baleado durante um evento público? O rótulo é colocado ali não para informar, mas para sugerir ao leitor que, de algum modo, a vítima merecia o destino trágico. É a semente do ódio sendo plantada com zelo acadêmico e verniz jornalístico.
E não se trata de um fenômeno isolado nos Estados Unidos. No Brasil, a mesma mídia que silenciou ou relativizou o atentado a Bolsonaro foi rápida em acusar a própria vítima de “incitar ódio” e “radicalizar a política”. Nos dois países, o mecanismo é idêntico: se alguém de direita é atacado, o debate gira não em torno da violência sofrida, mas em torno da suposta culpa que o próprio alvo teria em atrair a violência. É como se disséssemos que uma mulher violentada “provocou” o agressor por causa da roupa que vestia.
Ora, se a esquerda está tão preocupada com a preservação da democracia e com a contenção do ódio, por que não começa por conter o ódio que cultiva dentro de si? Por que não reflete sobre o fato de que, talvez, chamar metade do país de fascista não seja a melhor maneira de construir uma convivência pacífica? A resposta é simples: porque não pode. Porque, no campo do debate racional, a esquerda tem perdido terreno. Seus argumentos econômicos fracassaram na prática, suas promessas sociais produziram miséria, suas teses culturais revelaram-se destrutivas. Restou apenas a tática de demonizar o adversário. E quando a demonização já não basta, a bala entra em cena.
Charlie Kirk simbolizava, para a juventude americana, uma alternativa ao dogmatismo esquerdista que domina as universidades. Sua presença em campus lotados, sua capacidade de mobilizar milhares de jovens, sua habilidade em responder com calma e firmeza às provocações de opositores — tudo isso constituía uma ameaça ao monopólio intelectual da esquerda. Se até dentro das universidades, consideradas por décadas redutos seguros do pensamento progressista, começava a despontar uma liderança conservadora, então era sinal de que a batalha estava sendo perdida. E uma esquerda acuada, historicamente, nunca reagiu com humildade intelectual. Sempre reagiu com violência.
Não se engane: a bala que matou Charlie Kirk não saiu apenas da arma de um atirador isolado. Saiu também das páginas de jornais que, todos os dias, o demonizaram como “perigoso e extremista”. Saiu dos discursos inflamados de professores universitários que transformam conservadores em caricaturas do mal absoluto. Saiu das redes sociais de militantes de esquerda que celebram agressões contra seus adversários, convencidos de que qualquer violência é legítima quando dirigida a um “fascista”. O atirador puxou o gatilho, a arma ativou o estopim, mas foi a cultura do ódio da esquerda que ceifou a vida de Charlie Kirk.
A esquerda perdeu no campo das ideias e sabe disso. Não há mais como sustentar, por exemplo, que o socialismo funciona, depois de um século de fracassos retumbantes expostos a quem quiser ver, na figura de países como Cuba, Venezuela, Nicarágua, as repúblicas soviéticas, o Nepal, os países africanos, sul-americanos e até mesmo a China, que apesar de sua economia pujante, decorrente, quem diria, do comércio capitalista internacional, ainda é uma ditadura sem liberdade de expressão. Não há mais como convencer jovens conectados que a liberdade deve ser sacrificada em nome de um bem coletivo definido por burocratas. Não há mais como esconder que, sob governos progressistas, a censura e a perseguição se multiplicam. Diante dessa realidade, o único recurso que lhes resta é intimidar, calar, agredir. Primeiro com rótulos, depois com censura, e finalmente com tiros.
É nesse ponto que o libertarianismo nos oferece uma chave de leitura distinta. Porque, se retirarmos o aparato estatal que hoje sustenta grande parte da mídia e dos discursos dominantes, perceberemos que esses veículos que hoje monopolizam a narrativa não sobreviveriam em um mercado realmente livre. Jornais, TVs e portais progressistas existem com o alcance que têm não porque milhões de pessoas espontaneamente os sustentam, mas porque recebem privilégios estatais, verbas de publicidade oficial, incentivos fiscais e proteção regulatória. Em uma sociedade verdadeiramente libertária, sem governos financiando narrativas com o dinheiro roubado através de impostos e sem monopólios criados pela burocracia, esses veículos teriam de disputar no mercado aberto de ideias. E nesse mercado, convenhamos, dificilmente conseguiriam manter a hegemonia.
O caso Charlie Kirk expõe a contradição de um sistema que se diz democrático, mas em que a violência se tornou ferramenta legítima contra aqueles que ousam pensar diferente. Expõe também a hipocrisia de uma esquerda que chora contra o discurso de ódio ao mesmo tempo em que semeia o ódio mais corrosivo — aquele que desumaniza o adversário. E expõe, sobretudo, a urgência de construirmos uma sociedade em que as ideias possam competir sem que uma bala decida quem tem o direito de falar.
Em resumo, se a esquerda ainda se arvora como guardiã da paz e da tolerância, é bom que comece a olhar no espelho. A cada atentado contra Bolsonaro, Trump ou Kirk, a farsa fica mais evidente. A cada bala disparada contra um conservador, fica mais claro que o progressismo já não confia em seus próprios argumentos. E a cada manchete enviesada que tenta justificar a violência, cresce a convicção de que somente uma sociedade libertária, livre da tutela estatal sobre a mídia e sobre o debate público, poderá garantir que a disputa de ideias não acabe em sangue.
Pois, no fim das contas, o que o assassinato de Charlie Kirk nos mostra é que o verdadeiro discurso de ódio não está na boca de quem critica o progressismo, mas na caneta e nas câmeras daqueles que o rotulam. E enquanto esse poder continuar sendo sustentado por estados, impostos e monopólios, a violência continuará a ser a saída de quem perdeu no terreno que mais importa: o das ideias.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/09/10/charlie-kirk-e-baleado-em-evento-nos-eua.ghtml
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/o-que-sabemos-sobre-o-ataque-ao-influenciador-trumpista-charlie-kirk/
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp8wk54nx0go
https://x.com/nikolas_dm/status/1965861032536289415