C6 bank lacra e adivinha?

Para você que é negacionista e a favor da matança das girafas da Amazônia, o C6 bank já deu a solução! Mas o que deu errado nisso?

O banco C6 Bank é mais uma dessas fintechs que chegaram com a propaganda de revolucionar o mercado de pagamentos e rapidamente evoluíram para o sistema bancário, com todo o tipo de serviço financeiro. São vários casos de sucesso que envolvem outras iniciativas, sendo a mais famosa, o Nubank.

No entanto, apesar de se venderem como revolucionárias, continuam no paradigma do atual sistema financeiro, sob pesada regulamentação e vigilância estatal, sendo alvos de impostos e informando os dados financeiros dos seus usuários ao leviatã Brazuca. O que não quer dizer que elas não sirvam para nada. Na verdade, identificamos que essas fintechs são evoluções do sistema financeiro bancário arcaíco, ou seja, são uma transição de bancos físicos para bancos virtuais. Contudo, repetimos: ainda assim no atual paradigma financeiro. De maneira geral, essas empresas têm a vantagem de oferecer serviços mais ágeis e com menor burocracia. Além disso, não possuem o custo exorbitante de manter uma miríade de funcionários contratados em regime CLT e uma estrutura de agências físicas com aluguéis, taxas, multas e contas de todo tipo.

Advém dessas características uma grande economia de recursos, se comparadas ao sistema bancário tradicional, possibilitando cobrar menores taxas ou oferecer melhores rentabilidades aos seus clientes. Nos idos de 2020, André Brandão, então presidente do Banco do Brasil, que era a favor da privatização do primeiro banco brasileiro, fundado em 1808 por Dom João VI, chegou a dizer que se o banco não fosse privatizado, as fintechs acabariam com ele. Então reconhecemos haver vantagens e muitas pessoas têm aderido aos serviços oferecidos por essas plataformas, que cresceram rapidamente no Brasil.

No entanto, a verdadeira ruptura deste sistema, é a blockchain, com entidades autônomas descentralizadas e distribuídas executando os softwares, mantendo a rede funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Sendo o Bitcoin a principal delas hoje. Mas o tema de hoje se chama C6 bank, cujos procedimentos lacradores tratamos no vídeo “Pegada de carbono: mais uma conta para você pagar”, disponível aqui no canal. O link está na descrição.

Naquela época verificamos que a fintech iniciava um movimento perigoso no sentido de disponibilizar aos clientes um mecanismo de cálculo de CO2 gerado por seus gastos e assim, permitindo que o cliente pagasse para que suas emissões fossem zeradas. Defendemos que se o indivíduo acredita que deve zerar suas emissões de gás carbônico e assim anular os problemas das queimadas das florestas e da morte dos fitoplânctons marinho, ele pode fazer isso. O problema é que em um sistema extremamente regulado como vivemos no Brasil, essa que é uma iniciativa inocente, pode virar uma exigência estatal! Basta apenas uma canetada Xandônica. Assim, você e eu nos tornamos bandidos e párias da sociedade do dia para a noite, sem fazer absolutamente nenhum mal a nada nem a ninguém.

Não é nosso objetivo nesta argumentação atacar o método de determinação da pegada de carbono em si. Mas, é óbvio que esse procedimento está longe de ser uma verdade da ciência. Mesmo esse pessoal cientificista discorda entre as inúmeras maneiras de se realizar tal determinação. No final das contas, para chegar a um valor de CO2 emitido há que se fazer inúmeras aproximações, de se fixar inúmeras condições de contorno e de se assumir inúmeras premissas. Portanto, meu caro liberteen, não caia nesse papo de que governos querem diminuir o carbono na atmosfera. Na verdade, você é o carbono que eles querem eliminar!

Mas enfim, voltando ao C6 Bank. Ele pareceu bacana e modernoso no sentido de possibilitar ao esquerdomacho sojado do Leblon uma alternativa para aplacar sua insignificância no mundo e colocar algum sentido em sua vida imanente e miserável. Ou seja, ele lacrou! Mas, e agora? O que aconteceu com esse pessoal da lacrôlandia? Pois é, parece que realmente a máxima de quem lacra não lucra, continua verdadeira também para esta fintech. O C6 Bank vem amargando prejuízos seguidos e crescentes, sendo de 2,2 bilhões apenas em 2022. E, se considerarmos desde 2021 até o 1° semestre de 2023, os prejuízos somam 3,5 bilhões de reais.

Boa parte de seus prejuízos podem ser atribuídos ao bom e velho calote. O banco tem emprestado dinheiro para maus pagadores, tendo que aumentar repetidamente as reservas para lidar com esse tipo de situação. Apesar de ser uma empresa conhecida e atuar em todo território nacional, o fato é que a contabilidade do C6 Bank é restrita, já que suas ações não estão listadas na bolsa. Essa caixa preta tem assustado investidores e clientes. Mas, além disso, a plataforma costuma exigir reconhecimento facial dos clientes, mesmo para pequenos pagamentos. O que além de ser um constrangimento para o usuário é um fator que demanda tempo e que vira e mexe dá problema na própria identificação. Imagina você em uma fila enorme do supermercado tentando tirar foto do seu rosto e o banco dizendo que não é você. Imagine o constrangimento quando a própria caixa e os clientes da fila começam a reclamar e caçoar, divertindo-se da sua situação.

Clientes também tem reclamado de alteração em características de sua conta, como o limite de crédito. Imagina de uma hora para outra e sem aviso, o banco diminui seu limite de crédito no cartão. Aí você vai feliz e contente para comprar aquele liquidificador lindo, mas descobre na hora que não tem mais o limite que imaginava ter. Além disso, chega a enviar 10 mensagens por dia com propaganda de seus produtos, opções de investimentos e diversos serviços que os usuários não desejam. E não adianta reclamar, não dá para desabilitar no aplicativo. Mas se você quiser a fatura de seu cartão, eles não mandam.

Veja como apesar de ser uma fintech, esses bancos estão sob o mesmo regime do atual sistema financeiro. No início desse ano de 2023, o C6 Bank após realizar demissões de funcionários, recebeu críticas do sindicato dos Bancários filiado a CUT. Inclusive veja como o que há de mais arcaico recai sobre a iniciativa. Também neste ano de 2023, o C6 Bank começou a cobrar tarifa por pouco uso, ou seja, se usar pouco os serviços do banco terá de pagar! É a mesma lógica das prefeituras cobrando mais IPTU de quem mantém um terreno sem construir. Recentemente o JP Morgan injetou dinheiro na empresa, com o intuito de melhorar seu índice de Basileia! Este índice mede a quantidade de ativos do banco em relação ao seu volume de empréstimos. Ou seja, tenta medir a solvência da instituição financeira. Hoje em dia o índice de Basileia do C6 Bank gira em torno de 11%, sendo que o mínimo exigido pelo banco central brasileiro é de 10,5%. Em outras palavras, a instituição tem em caixa apenas uma fração dos ativos que ela administra. É o que conhecemos como reserva fracionária, criticada por muitos economistas da escola austríaca.

A verdade é que todos os bancos mundo afora adotaram o sistema de reservas fracionárias e o índice de inadimplência explodiu este ano no Brasil. Todos os bancos experimentam queda no seu desempenho por conta da falta de pagamentos de financiamentos. E a causa disso é apenas o amor! As famílias estão falidas, as empresas estão fechando as portas, empreendedores estão deixando o Brasil, não há perspectiva de melhora da situação macroeconômica brasileira, mas quem liga? Só o que importa é que o amor venceu! Mas se você não quer passar por este desconforto novamente, recomendamos que assista nosso vídeo, Fizeram o L? Partiu AGORISMO! E se quiser saber mais sobre a pegada de carbono, não deixe de conferir o vídeo PEGADA de CARBONO: mais uma CONTA para VOCÊ PAGAR. Ambos estão aqui na descrição.

Referências:

Fizeram o L? Partiu AGORISMO!
https://www.youtube.com/watch?v=OHIlGqvEYNA

PEGADA de CARBONO: mais uma CONTA para VOCÊ PAGAR
https://www.youtube.com/watch?v=bL3xhoJjW_g