Agora é possível comprar cidadania de Portugal com Bitcoin

Mais uma vitória do Bitcoin: agora é possível tornar-se cidadão português apenas por possuir Bitcoins investidos em um fundo de investimentos.

O Unbound Fund fez um anúncio inovador e potencialmente transformador ao revelar que agora é possível obter a cidadania portuguesa, simplesmente investindo em Bitcoins através desse fundo específico. O valor exigido para tal investimento deve ser equivalente a 500 mil euros, o que corresponde a aproximadamente 3 milhões de reais. Claro, por mais que esse montante possa parecer elevado e, portanto, não acessível a todos, a proposta ainda é extremamente atraente por várias razões. Diferente de outros programas de cidadania por investimento, como o de El Salvador, que exige uma doação de um valor ainda mais alto, de 1 milhão de dólares — o equivalente a cerca de 5,6 milhões de reais — e não apenas um investimento, o programa do Unbound Fund permite que os investidores mantenham seus criptoativos. Ou seja, o investidor não precisa doar seus ativos ao governo para obter o visto; em vez disso, ele realiza um investimento que é menos invasivo e mais flexível.

Além disso, mesmo com a decadência recente na Europa, incluindo a ascensão de movimentos políticos de esquerda, a influência de ambientalistas extremistas e a popularidade crescente da cultura woke, a Europa ainda é amplamente idealizada por muitos. Especialmente para os brasileiros, Portugal é o país europeu mais atraente. O continente é frequentemente romantizado devido ao seu rico patrimônio histórico e ao seu indiscutível padrão de vida superior em comparação com a média global nos demais continentes. Esse apelo contínuo é refletido no desejo de muitas pessoas de viver em um ambiente que combina uma rica tradição cultural com uma qualidade de vida geralmente considerada mais alta do que em outros continentes.

Segundo o CEO da Unbound Fund, Alessandro Palombo, em uma publicação no Twitter, os Bitcoins são armazenados através do ETF de Bitcoin da BlackRock, o que, para muitos puristas do mundo cripto, seria um problema, afinal, “Not your keys, not your coins.” Como diz o aforismo, se você não possui as chaves da carteira de suas criptomoedas, elas não são realmente suas. De fato, os Bitcoins investidos por meio de ETF não são verdadeiramente seus, e sim da BlackRock. Porém, ainda é positiva a divulgação da ideia do Bitcoin e também o aumento de sua base de investimento, mesmo que venha das empresas mais globalistas, com pautas diametralmente opostas à liberdade que a moeda digital propõe. Na blockchain, o poder quase absoluto que antes esses grandes oligopólios possuíam é dissolvido, e até mesmo eles estão abaixo do código do Bitcoin, que garante a integridade das transações e impede a usura inflacionária geralmente praticada por essas grandes financeiras em conluio com o Estado.

Esse caso é também mais uma evidência do crescimento do famoso ouro digital, que até pouco tempo atrás era visto pelos economistas tradicionais e pelos palpiteiros profissionais de internet como uma bolha, apenas especulação. O Bitcoin sempre foi acusado de ser um ativo sem valor real e sem lastro - baita ingenuidade daqueles que levam a sério o dinheiro fiduciário estatal. Hoje, no entanto, já é a moeda oficial de El Salvador e também se tornou um meio significativo para facilitar a obtenção da cidadania salvadorenha. Além disso, o Bitcoin agora abre novas possibilidades, como o acesso à cidadania portuguesa através de investimentos em fundos especializados.

A decisão de um fundo de investimento de grande porte, como a BlackRock, de entrar no mercado de criptomoedas não é algo que pode ser ignorado. A BlackRock, conhecida por sua abordagem meticulosa e orientada para lucros, não investiria em Bitcoin se não visse nele uma oportunidade sólida e lucrativa. Diferentemente de muitos entusiastas das criptomoedas, que investem baseados em princípios ou ideologias, grandes instituições financeiras como a BlackRock atuam com o foco exclusivo em maximizar o lucro e alinhar seus investimentos com suas estratégias e interesses.

Já é possível perceber que tanto grandes empresas quanto governos mundo afora estão reconhecendo a necessidade de usar o ouro digital em suas estratégias, mesmo que não abracem totalmente a filosofia libertária que fundamenta essa criptomoeda. Até do ponto de vista utilitarista, o Bitcoin se destaca como uma alternativa superior às moedas tradicionais, que são lastreadas apenas na honestidade dos políticos e instituições financeiras controladas por governos. Enquanto as moedas fiduciárias estão sujeitas a manipulações e políticas inflacionárias promovidas pelos governos, o Bitcoin oferece um sistema descentralizado que não depende da honestidade dos líderes ou da estabilidade das instituições. É importante lembrar que com as novas agendas de dinheiro totalmente digital, como o Drex que será lançado aqui no Brasil, tão logo o governo conseguirá ter controle absoluto sobre nossas finanças, decidindo o que podemos consumir ou não. Nesse momento, o Bitcoin com certeza será a única coisa que te protegerá desse sistema de engenharia social que controlará a vida de bilhões de pessoas em todos os países que abolirem o dinheiro físico.

Além disso, a crescente dificuldade em taxar, proibir ou controlar o Bitcoin tem levado essas entidades a adotar uma estratégia pragmática, alinhando-se com a criptomoeda, em vez de tentar combatê-la. Como exemplifica a máxima de Sun Tzu na Arte da Guerra: "Se não pode vencê-los, junte-se a eles." Essa abordagem reflete uma adaptação às realidades do mercado financeiro e tecnológico, no qual o Bitcoin, apesar de suas origens disruptivas e de seu modelo descentralizado, se torna uma peça fundamental em um novo paradigma econômico.

Com esse programa, é esperado que Portugal receba mais imigrantes e investimentos externos para abrandar o impacto da brusca queda populacional que o país, juntamente com outros países da Europa, vem sofrendo. Entre 2011 e 2021, o país perdeu quase 200 mil habitantes, e a população teve um envelhecimento geral devido ao aumento da expectativa de vida e à diminuição da taxa de fecundidade. Isso tem gerado um desbalanço entre a parte produtiva da sociedade, que são os jovens, e a parte improdutiva, que são os idosos, que recebem sua aposentadoria diretamente da taxação dos mais jovens que estão ativos no mercado. Isso se dá por diversos fatores, como a decadência da cultura tradicional na Europa e as ideias antinatalistas que foram artificialmente implantadas pelos engenheiros sociais da esquerda. Entre os movimentos de esquerda que têm influenciado essas ideias, temos o feminismo e outros movimentos com foco em liberação sexual, mas que são contra ter famílias numerosas e tradicionais. Isso, aliado aos métodos anticoncepcionais modernos, resulta em uma crise demográfica que quase todos os países do mundo têm sofrido.

Não há nada de errado em uma escolha particular de não ter filhos; porém, é visível que essa mentalidade foi construída pelos movimentos de massa da nova esquerda gramsciana. Eles perceberam que não é pela guerra e expansão territorial de governos comunistas que irão implantar suas ideias, como defendiam os trotskistas, mas sim por uma guerra cultural e impessoal que causa, a longo prazo, o colapso civilizacional de seus inimigos. A estratégia é mudar a sociedade de dentro para fora, como um processo alquímico, alterando toda a mentalidade do povo. É um movimento que vai do microcosmo pessoal ao macrocosmo da sociedade como um todo, reforçando sempre a dependência no Estado, cada vez mais forte e centralizador. Não podemos esquecer que o governo português legalizou o aborto desde 2007, o que contribui ainda mais para uma sociedade decadente que só se mantém pela mão de obra dos refugiados de guerras e pelo desejo dos migrantes de participar de uma sociedade que foi anteriormente grandiosa e próspera.

Enfim, vemos que esse pequeno passo para a liberdade revela desde um simples avanço na ideia do Bitcoin e das criptomoedas até os vários sintomas de uma sociedade que há muito tempo foi dominada pelo esquerdismo e pela ideologia estatista. Esse é um dos primeiros sinais da queda do poder e das finanças centralizadas, abrindo espaço para um novo paradigma de economia e sociedade. Se trata de uma sociedade cada vez mais livre e ética, que funciona por meio de trocas voluntárias entre pessoas pacíficas sem depender de um ente estatal violento e autoritário. O dia da vitória absoluta do Bitcoin ainda não chegou, mas a cada dia podemos ter pelo menos um pouquinho mais de esperança nesse futuro de prosperidade e justiça.

Referências:

https://www.blackrock.com/us/individual/literature/whitepaper/systematic-investing-designed-for-a-new-frontier-en.pdf

https://oglobo.globo.com/blogs/portugal-giro/post/2022/11/populacao-de-portugal-diminui-envelhece-e-ganha-mais-estrangeiros.ghtml

https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/arquivo/area-imprensa/ultimas_noticias/2007/06/not_portugal_aborto