Criminosos SEXUAIS contra CRIANÇAS serão castrados quimicamente

Existem pouquíssimos temas nos quais conservadores, libertários, progressistas e comunistas concordam quase que em sua totalidade. Este tema é um deles.

No começo de dezembro, o congresso aprovou a castração química de pessoas condenadas por serem adultos que gostam de ter relações sexuais com pessoas crianças. Aqui no YouTube, o termo é amplamente censurado, portanto, quando nos referirmos a esses indivíduos, chamaremos de “amantes do playground”. Assim como o termo fascista, a pedofilia foi banalizada em diversas sociedades como Grécia antiga e Império Romano, os quais eram permitidos costumes que envolviam práticas como essas. Nesse contexto, era popularmente reconhecido a relação de adultos e crianças. O pesquisador Renato Posterli, salienta que havia a aprovação da comunidade para a manutenção de prostíbulos em que meninos escravos eram usados para a satisfação sexual de adultos, entretanto, com o surgimento do cristianismo iniciou-se um ciclo de condenação de tal prática entre adultos e crianças por volta do século XVII.

Assim dizendo, esse cenário foi superado com a Igreja Católica aumentando sua relevância e alcance e, por conseguinte, civilizando os territórios antes tomados pela pederastia e perversão, introduzindo a castidade e a preservação da infância como princípios comuns de uma sociedade saudável e preservada. No entanto, o movimento de indução aos amantes do playground ganhou novas perspectivas sociais após a revolução sexual e o crescimento de uma argumentação cientifica supostamente promovida pela ala marxista da psicologia, que colocava a relação entre homens mais velhos e crianças como algo benéfico e libertador. O psicólogo Wilhelm Reich, discípulo mais reconhecido de Sigmund Freud após Carl Jung, afirmou em sua obra “A Função do Orgasmo” que o fim da “supressão da vida sexual” das crianças e jovens era positiva, pois fornecia uma vivência mais prazerosa.

Reich baseava sua análise iniciando pelas considerações de Freud, construindo uma associação que claramente erotizava a infância, utilizando o complexo de édipo como uma suposta justificativa biológica para a normalização de tais práticas como algo natural e não condenável. Ele introduzia a temática como fator tão basilar que não precisava de discussões sobre o assunto. Em relação ao perigoso método de análise empregado por certas personalidades da psicologia do século XX, o renomado psicólogo Victor Frankl demonstra que a força motriz do ser é constituída pela busca do sentido, em vez da construção erótica indicada anteriormente, caracterizando então sua abordagem psicoterapêutica, a logoterapia. Essa ideia de busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano. Por esta razão pensa-se em uma vontade de sentido, a contrastar com o princípio do prazer no qual repousa a psicanálise freudiana, e contrastando ainda com a vontade de poder, enfatizada pela psicologia adleriana por meio do uso do termo busca de superioridade. Ademais, mesmo com o contraponto fundamentado de Frankl, as visões das outras alas da psicologia prevaleceram na opinião pública, sobretudo nos discursos seculares sobre a libertação da opressão com advento da Revolução sexual em 1960. A pesquisadora e psicóloga Anna Salter admite que teorias da área buscaram abertamente legitimar o abuso de crianças.

A psicóloga observa que na história da psicologia, notadamente no último centenário, houve teorias que negaram a ocorrência de abuso infantil, amenizando a responsabilidade do abusador e atribuindo a culpa à criança ou aos pais. Essas teorias minimizavam o impacto do crime. Uma dessas teorias, segundo Salter, é defendida por Judith Levine, que passa pano para os amantes do playground. No mesmo sentido, a conclusão de Rind, segundo os quais o prejuízo das vítimas seria pequeno e decorreria de uma disfunção familiar e não do abuso sofrido. Para esses autores, garotos não seriam afetados pelo abuso e não poderia falar em crime se a vítima conseguisse minimizar seu impacto ou ainda se a criança “consentisse”.

Desta forma, temas e condutas antes condenados pela população passaram a ser objetos de revisão de grupos organizados que tinham como objetivo o questionamento sistemático dos costumes da sociedade. Isso impulsionou vários fatores, incluindo avanços nos métodos de contracepção, mudanças nas atitudes em relação à moralidade tradicional, movimentos feministas, avanços na educação sexual e uma maior ênfase na individualidade e na liberdade pessoal. O movimento feminista, em especial, desempenhou um papel significativo ao questionar as normas tradicionais de gênero e a sexualidade. Ao lutar supostamente por igualdade de direitos, as revoltosas também questionaram os papéis tradicionais das mulheres na sociedade e reivindicaram a autonomia sobre seus corpos.

Neste contexto, cresce entre os jovens da época a adesão a esses movimentos ligados a pautas relacionadas com sexualidade e identidade, como a NAMBLA, North American Man/Boy Love Association. A organização foi fundada em 1978 e embasava sua defesa na visão ideológica progressista que algumas condutas sexuais, incluindo a ideia dos amantes do playground, eram erroneamente categorizadas como doenças ou condutas repulsivas. Eles acreditavam que isso era uma orientação sexual como qualquer outra. Esse posicionamento foi confirmado pelas representantes intelectuais da segunda onda do feminismo e da esquerda progressista da época, como Gayle Rubin em seu ensaio “Pensando o Sexo: Notas para uma Teoria Radical das Políticas da Sexualidade” de 1981.

Em sua crítica aos padrões da época, Rubin afirma categoricamente que a lista de doenças relacionadas a perversão representa uma “hierarquia moral corrente das atividades sexuais”, citando a ideia dos amantes do playground nominalmente como um comportamento rejeitado por simples conservadorismo e não por envolver um conjunto de fatores prejudiciais para as crianças e jovens. Para desenvolver sua defesa pública do abuso infantil, Rubin diz que a condenação psiquiátrica de comportamentos sexuais invoca conceitos de inferioridade mental e emocional. Essas práticas de baixo status são difamadas como doenças mentais ou sintomas de uma integração defeituosa da personalidade. A escritora complementa afirmando que a hierarquia sexual da sociedade é definida por critérios preconceituosos por evidenciar como normativo a sexualidade do privilegiado e rebaixar a mera doença ou depravação a sexualidade das classes exploradas.

Segundo a Rubin as sociedades ocidentais modernas avaliam os atos sexuais segundo um sistema hierárquico de valores sexuais. Heterossexuais maritais e reprodutivos estão sozinhos no topo da pirâmide erótica. Clamando um pouco abaixo se encontram heterossexuais monogâmicos não casados em relação conjugal, seguidos pela maioria dos heterossexuais. O sexo solitário flutua ambiguamente. O estigma poderoso do século XIX sobre a masturbação hesita de formas menos potentes e modificadas, tal qual a ideia de que a masturbação é uma substituta inferior aos encontros em par. Casais lésbicos e gays estáveis, de longa duração, estão no limite da respeitabilidade, mas sapatões de bar e homens gays promíscuos estão pairando um pouco acima do limite daqueles grupos na base da pirâmide. As castas sexuais mais desprezadas correntemente incluem transexuais, travestis, fetichistas, sadomasoquistas, trabalhadores do sexo como as prostitutas e modelos pornográficos, e abaixo de todos, aqueles cujo erotismo transgride as fronteiras geracionais.

Outrossim, Simone de Beauvoir e outras personalidades reconhecidas da esquerda internacional tiveram uma participação ampla na petição que pedia o fim da idade do consentimento na França em 1977, publicado no Jornal francês Le Monde. A petição ainda contava com a assinatura de Jean Paul Sartre, seu marido que era acusado de abuso infantil por suas alunas, Michel Foucault, e outros mais. Todos os autores citados reproduziam um viés assumidamente de esquerda e revolucionário e também são utilizados amplamente para respaldo teórico de pesquisadores no mundo todo, mesmo com a defesa pública dos amantes do playground pesando sob suas biografias. Essa ideia não é conectada intrinsecamente a nenhum grupo político ou orientação sexual específica, alguns pensadores LGBT daquele contexto se posicionaram contra e, inclusive, boicotaram os grupos como a NAMBLA. O caso mais famoso é do congressista democrata Barney Frank, que fazia parte do movimento gay e via o movimento a favor dos amantes do playground como destrutivo para a causa LGBT. A própria ILGA que, apesar de ter abrigado por uma década o grupo, expulsou a NAMBLA de sua organização.

Infere-se que os amantes do playground foram, em certos contextos, pauta da esquerda identitária por meio do discurso revolucionário e libertador, sendo gradualmente abandonado conforme a opinião pública se tornou mais crítica em relação a esta prática absurda e outras condutas sexualmente reprováveis. De mesmo modo, a esquerda segue ignorando o passado e o fato histórico da defesa pública deste ato grotesco, dificultando o processo de reflexão e mudança dos fatores que levaram a ideologia para esse caminho há décadas. Percebemos, por fim, que essa ideologia traz ojeriza inclusive a alas progressistas, mostrando que uma sociedade possui bases fortes em questões morais e éticas. Não podemos permitir que essas ideias se proliferem trazendo a janela de Overton, para um panorama de discussão sobre o assunto. Essas ideologias devem ser combatidas e definidas como aquilo que são: crimes contra pessoas indefesas; e atitudes como castração química deve ser aceita como atitude mínima para esse tipo de predador, haja visto que conservadores, libertários e, inclusive, muitos progressistas concordam com tal ato.

Referências:

FRANKL, Viktor. Em Busca de Sentido. Petrópolis: Vozes, 1991.

IGREJA CATÓLICA. Código de Direito Canônico. Promulgado por São João Paulo II, em 25 de janeiro de 1983.

LE MONDE. Petição para o fim da idade de consentimento na França. 26 jan. 1977. Disponível em: https://www.ipce.info/ipceweb/Library/00aug29b1_from_1977.htm. Acesso em: 15/08/2023

MACHADO, Talita Ferreira Alves. Criança vítima de pedofilia: fatores de risco e danos sofridos. Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013

NAMBLA. O namorado do vizinho. Disponível em: https://bostonphoenix.com/alt1/archive/styles/96/10/NAMBLA.html\. Acesso em: 16/08/2023

NORTH AMERICAN MAN/BOY LOVE ASSOCIATION. Nambla. Disponível em: https://www.nambla.org/ Acesso em: 15/08/2023

POSTERLI, Renato. Transtornos De Preferência Sexual. 1996.

QUAN, Andy. The International Lesbian and Gay Movement: ILGA, NAMBLA and the Imagined Future. Major Research Paper. York University, Department of Political Science, September 1994.

REICH, Wilhelm. A Função do Orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 1975.

RUBIN, Gayle. Pensando o Sexo: Notas para uma Teoria Radical das Políticas da Sexualidade. 1981.

SEYMOUR-JONES, Carole. Uma relação perigosa: Uma biografia reveladora de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. Rio de Janeiro: Record, 2014.